As centrais sindicais promovem hoje (21) uma série de protestos nas principais cidades brasileiras pedindo redução na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 13,75% ao ano. Uma decisão sobre os juros será anunciada no início da noite de hoje (21) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no encerramento da reunião iniciada ontem (20).

No Rio Grande do Sul, a Força Sindical realizou protesto nesta manhã na entrada da fábrica da GM, em Gravataí, enquanto a CUT promoveu manifestação em frente ao escritório do Banco Central (BC), no centro de Porto Alegre.

Em Brasília, os trabalhadores realizaram um ato em frente à sede do BC, reunindo cerca de 100 pessoas. Os sindicalistas montaram duas churrasqueiras para um "churrasco dos juros baixos". Os organizadores da manifestação providenciaram 150 quilos de sardinha que foram assadas e distribuídas entre os manifestantes e outras pessoas que passam pelo local.

O principal alvo do protesto é o presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles. Além de pedir a queda dos juros, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique,  aproveitou para criticar o que chamou de "propostas oportunistas que surgem em momentos de crise". Ele se referia às ideias de empresários que têm proposto flexibilização dos contratos de trabalho como forma de amenizar os efeitos da crise.

Em São Paulo, o ato ocorreu em frente à sede local do BC, na Avenida Paulista. Na ocasião, o presidente da Força Sindical, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), ameaçou fazer uma "invasão" à sede do BC se o Copom rejeitar um corte da Selic.  O líder sindical exigiu também que o Governo controle as empresas beneficiadas com auxílios e isenções fiscais para enfrentar a crise.
— Não pode haver alívio fiscal, redução de impostos e, no dia seguinte, as unidades de montagem demitirem trabalhadores — afirmou Paulinho, que pediu ainda que o seguro-desemprego seja ampliado de seis para dez meses.

Protestos semelhantes foram organizados em capitais como Aracaju, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Maceió, Manaus, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória.