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 | 19/01/2009 19h04min

MST diz que agronegócio atrapalha reforma agrária no país

Movimento fez um balanço de seus 25 anos de ações em São Paulo

Atualizada em 20/01/2009 às 12h18min Renata Maron | São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

Os dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmam que o desenvolvimento do agronegócio atrapalha a reforma agrária no país. O movimento fez um balanço de seus 25 anos nesta segunda, dia 19, em São Paulo.

Na reunião, os coordenadores nacionais do movimento disseram que os objetivos do MST continuam os mesmos desde sua criação: a luta pela reforma agrária. Segundo o coordenador nacional do MST, João Paulo Rodrigues, no início do governo Lula havia uma expectativa de apoio aos trabalhadores sem-terra, mas nos últimos anos, a prioridade foi o agronegócio.

– O governo Lula, em especial hoje, apóia o agronegócio com R$ 80 bilhões por ano de recursos públicos, para financiar a agricultura familiar e a reforma agrária é em torno de R$ 10 bilhões. Se nós formos ver os assentamentos da reforma agrária foi de R$ 3 bilhões que foram direcionados de crédito. São R$ 3 bilhões contra R$ 80 bilhões. Isso demonstra que é inviável.

O movimento defende uma mudança no modelo atual de reforma agrária.

– A primeira medida para se fazer é a democratização ampla e massiva da propriedade da terra e dos bens de produção. E segundo, seguido de uma política de créditos para investimentos, seja na área de produção, da agroindústria cooperativada, do sistema de educação do campo – afirma a coordenadora nacional do MST, Marina dos Santos.

De acordo com o MST, hoje existe em torno de 350 mil famílias assentadas e 100 mil acampadas. O que corresponde a uma média de 2,3 milhões de pessoas fazendo parte do movimento.

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgou que desde 2003, primeiro ano do governo Lula, a 2007 foram assentadas 449 mil famílias. Um dos professores de geografia agrária da Universidade de São Paulo, Ariovaldo Umbelino, contesta os dados e diz que o novo plano de reforma agrária não cumpriu as metas.

– O governo nos cinco anos do plano assentou 163 mil famílias apenas e regularizou as posses de 113 mil famílias. O restante são dados relativos a reconhecimento por parte de assentamentos antigos e assentamentos estaduais.

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