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 | 17/01/2009 14h13min

Em carta a Lula, presidente italiano expressa queixas por asilo a Battisti

Napolitano explica "as garantias" do ordenamento constitucional e jurídico italiano em relação aos "responsáveis por crimes de terrorismo"

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, enviou uma carta a Luiz Inácio Lula da Silva, na qual expressa ao colega brasileiro suas "queixas" e seu "estupor" pela decisão do Ministério da Justiça do Brasil de conceder o status de refugiado político ao ex-terrorista Cesare Battisti.

Segundo um comunicado da Presidência italiana, na mensagem, Napolitano explica a Lula "as garantias" do ordenamento constitucional e jurídico italiano em relação aos "responsáveis por crimes de terrorismo".

Além disso, na carta, o presidente italiano faz-se porta-voz da "comoção e da compreensível reação que teve no país e entre as forças políticas a grave decisão" do ministro da Justiça brasileiro, Tarso Genro.

O governo italiano, que várias vezes pediu às autoridades brasileiras que reconsiderasse o status concedido a Battisti, estuda todas as alternativas para que o Brasil extradite o ex-terrorista do grupo Proletários Armados para o Comunismo, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos.

Uma opção que as autoridades da Itália consideram é recorrer ao Superior Tribunal de Justiça do Brasil. Battisti, de 53 anos, foi julgado à revelia em 1993 na Itália e condenado à prisão perpétua como autor dos assassinatos de Antonio Santoro, Lino Sabbadin, Andrea Campagna e Pierluigi Torregiani.

Da França, onde viveu como refugiado de 1990 a meados desta década, o ex-terrorista sempre negou sua responsabilidade nos crimes. Há quatro anos, para evitar sua extradição para a Itália, Battisti fugiu para o Brasil, onde foi detido.


Quem é Cesare Battisti
> Ex-militante comunista, em 1974 cumpriu pena por assalto. Mais tarde, ligado ao movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC), participou de ações políticas. Battisti foi condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos entre 1978 e 1979. A defesa alega que o italiano não teve possibilidade de ampla defesa. Ele foi julgado à revelia em 1993. Antes, em 1991, a França havia negado extradição pedida pela Itália. Fugiu da França para o Brasil em 2004. Foi preso em 2007, no Rio de Janeiro.

EFE
 
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