| 16/01/2009 07h00min
O economista chileno Gabriel Palma afirmou nesta sexta, dia 16, que o Brasil se acomodou como um mero exportador de commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional) e por isso, durante os últimos 50 anos, reduziu o nível de industrialização. Em sua última participação durante o Programa Avançado Latino-Americano para o Repensamento do Macrodesenvolvimento Econômico (Laporde, na sigla em inglês), Palma disse que o país padeceu do mesmo mal de outros países latino-americanos ricos em recursos naturais e, agora, terá que criar uma séria política industrial se quiser alcançar índices de crescimento mais altos.
– Hoje, não há uma política industrial verdadeira no Brasil. O que há é crédito para a indústria – criticou ele, citando as medidas anunciadas pelo governo federal no ano passado para estímulo do setor industrial brasileiro.
– Sem indústria, o Brasil pode continuar crescendo, em média, 3% ao ano. Crescerá até um pouco mais, como cresceu nos últimos anos – afirmou ele, e depois completou:
– Porém, nunca crescerá 6%, 7%, assim como crescem países asiáticos que apostaram na indústria.
Palma, que é professor da Universidade de Cambridge e estudioso da economia da América Latina e Ásia, afirmou que, nos anos 60, o Brasil tinha um nível de industrialização mais alto do que outros países com características semelhantes. Entretanto, a partir de 1980, esse nível começou a cair, devido, principalmente, à falta de investimentos.
– O Brasil se acomodou como exportador de soja e outras commodities, assim como outros países latinos.
Para ele, a economia brasileira tem um grande potencial, mas ele precisa ser mais bem aproveitado.
– O Brasil tem que ser o transformador de commodities do mundo, parar de exportar minério e começar a exportar aço, por exemplo – afirmou Palma.
– Há um espaço aberto na economia e o Brasil tem que aproveitar.
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