Com o plantio e início de ciclo de desenvolvimento ameaçados pelo clima seco, as lavouras de soja no Rio Grande do Sul foram beneficiadas pelo volume de chuvas dos últimos dias.

Na região de Panambi, parte central do Estado, o plantio foi concluído perto do Natal, e as recentes chuvas reverteram o déficit hídrico das lavouras. Por outro lado, a umidade e o calor trouxeram a ocorrência de oídio (doença nas plantas provocada por um tipo de fungo), que agora é combatido com a aplicação de fungicida pelos produtores, conforme informações do departamento técnico da Cotripal, cooperativa que atua na região e abrange 90 mil hectares de soja nesta temporada. A maior parte das lavouras caminha para o estágio de floração.

Na região de Getúlio Vargas, no norte gaúcho, os 75 mil hectares plantados com soja sob atuação da Cotrigo encontram-se em bom estado, de acordo com o agrônomo da cooperativa, Renato Serafini. A ocorrência de granizo na última sexta, dia 9, pode trazer prejuízos pontuais em cerca de 1,5 mil hectares. Serafini indica que entre 15% e 25% das áreas já se encontram em fase de florescimento.

Já na região de Santa Rosa, no noroeste do Estado, onde atua a Cotrirosa, o agrônomo Adauto Ferrari aponta o crescimento abaixo do ideal em algumas lavouras. Cerca de 80% da área ocupada pela oleaginosa na região é de variedades precoces.

– Mesmo com a chuva normalizada temos que esperar por mais chuvas nos próximos quinze dias para que os prejuízos sejam limitados – aponta Ferrari.

O problema, segundo ele, é a falta de uniformidade das chuvas, que deixou algumas lavouras com excelente aspecto, enquanto outras áreas sofreram mais severamente com a pouca umidade. No entanto, as previsões climáticas são positivas, com entre 30 e 40 milímetros de chuvas esperados para o próximo final de semana. Cerca de 50% da soja já se encontra em floração na região, conforme a fonte.