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 | 14/01/2009 03h43min

Sarney articula para voltar ao comando do Senado

Maranhense é o preferido de Lula para assumir presidência do Congresso

A disposição de trazer o senador José Sarney (PMDB-AP) de volta aos holofotes da cena política, elegendo-o pela terceira vez presidente do Senado, é definitiva para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem, na primeira reunião de coordenação política desde que voltou de férias, Lula disse que só vai se inteirar da sucessão no Congresso depois de conversar com Sarney. O maranhense, que está em seu terceiro mandato de senador pelo Amapá, ainda não assumiu sua candidatura. Evita avançar o sinal e lançar-se na disputa porque seu colega de partido Garibaldi Alves (PMDB-RN) já está em campanha pela reeleição. Além disso, Sarney tem um histórico político denso e não pretende se expor ao risco de uma aventura malsucedida: apenas a condição de candidato de consenso lhe interessaria.

O apoio de Lula, nesses termos, pode ser decisivo no convencimento de Sarney. A conversa entre os dois só não ocorreu porque o senador entrou a semana gripado. Mesmo fora do tabuleiro, Sarney já perscruta nos bastidores a capacidade de angariar adesões.

Ministro teme que movimento de Lula seja mal interpretado

O ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, disse ao sair da reunião da coordenação política que, depois de falar com Sarney, o presidente se reunirá com as lideranças do PMDB para discutir os próximos passos. Temeroso de que a atuação de Lula seja interpretada como intromissão indevida no parlamento, Múcio disse que o presidente tentará conjugar interesses das duas maiores bancadas aliadas:

– O governo quer ser parceiro do resultado.

Enquanto Lula espera por Sarney, Garibaldi e o outro candidato em campanha, o petista Tião Viana (AC), se unem para permanecer habilitados a concorrer. Os dois fizeram um acordo pelo qual devem confirmar em nota suas candidaturas.

– Não aceitamos subterfúgios. Vamos manter nossas candidaturas e queremos respeito – assinalou Viana.

Garibaldi não demonstrou preocupação com os movimentos de Sarney e do Palácio do Planalto, mas deixou claro que espera compreensão e lealdade do PMDB:

– Conversas de bastidores sempre existirão, mas eu vou acreditar no que me foi prometido. O partido me escolheu candidato por unanimidade.

A volta do ex-presidente
A importância da presidência
> É um cargo de grande projeção. O presidente do Senado é também presidente do Congresso Nacional, o conjunto dos 81 senadores e 513 deputados federais.
> Estão entre as funções do presidente do Senado representar a Casa e conduzir os trabalhos de votação.
> O presidente do Senado responde pelas questões administrativas. A previsão de despesas do Senado para 2009 é de R$ 2,7 bilhões. Pode dispor, além da estrutura do seu próprio gabinete, dos recursos relativos à presidência, com a possibilidade de preencher mais cargos, por exemplo.
Quem é José Sarney
> Nascido em Pinheiro, no Maranhão, tem 78 anos.
> É bacharel em Direito e membro da Academia Brasileira de Letras.
– Foi presidente da República de 1985 a 1990.
A ligação de Sarney com o Senado
> O ex-presidente já representou dois Estados no Senado: Maranhão e Amapá.
> Entre 1971 e 1985, foi senador pelo Maranhão, até assumir a Presidência da República.
> Ao sair da presidência da República, voltou para o Senado, dessa vez pelo Amapá. Eleito em 1991, tem mandato até 31 de janeiro de 2015.
Sarney, homem de confiança do Palácio do Planalto
> O maranhense já presidiu o Congresso por duas vezes: a primeira, entre 1995 e 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e a segunda entre 2003 e 2005, na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
O que falta para Sarney disputar novamente a presidência do Senado
> Sarney é nome de preferência do presidente Lula desde o começo das articulações para a sucessão de Garibaldi Alves (PMDB-RN). Ele busca aglutinar a seu redor um grupo mais numeroso dentro de seu partido, o PMDB, e de aliados do presidente. Um empecilho seria a insistência de Garibaldi em concorrer à reeleição, mas as negociações iniciadas por Lula podem incluir uma estratégia de convencimento do senador, abrindo caminho para Sarney.

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