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 | 26/12/2008 04h11min

Produção industrial tem queda recorde de 8,1% no Japão

A taxa de desemprego subiu para 3,9% em novembro

Atualizada às 09h11min

O Japão produziu 8,1% a menos de automóveis, maquinaria e produtos de alta tecnologia em novembro comparado ao mês anterior. É a pior queda desde que o indicador começou a ser publicado, em fevereiro de 1953. O principal motivo é a brutal queda da demanda de um mundo em crise, principalmente nas principais economias importadoras dos produtos japoneses. O índice superou as expectativas dos analistas que tinham previsto uma queda de 6,6%.

O setor automotivo foi um dos mais atingidos pela queda da demanda e que o levou a optar pela paralisação da produção, com uma redução de 14,9% em novembro em comparação com outubro.

A queda foi tão forte que gigantes como a Toyota tiveram que paralisar a atividade em algumas de suas unidades, a fim de enfrentar um mercado cada vez menor com o excesso de automóveis produzido antes da explosão da crise. As empresas japonesas reduziram sua produção, mas não tinham calculado que a freada forte na demanda fosse ser tão rápida.

Outra razão para os problemas da indústria do Japão é a rápida valorização do iene japonês, que dificulta as exportações, porque torna os produtos fabricados no Japão mais caros para os compradores com divisas estrangeiras, mais ainda em época de crise para as economias do dólar, do euro e da libra esterlina.

Além disso, o efeito negativo para as grandes companhias exportadoras japonesas é duplo, porque o lucro alcançado no exterior se vê altamente reduzido após serem repatriados e considerando o alto valor da moeda japonesa. Por isso, grandes companhias como Canon, Honda e Suzuki foram muito afetadas pela valorização do iene em 25% nos últimos meses.

Há um mês e meio, foi divulgado que o Japão, a segunda maior economia do mundo, tinha entrado oficialmente em recessão após registrar dois trimestres consecutivos de contração do Produto Interno Bruto (PIB), algo que não ocorria desde 2001. O dado do PIB entre julho e setembro empurrou a economia japonesa ainda mais à crise: o Japão gerou durante o terceiro trimestre 0,4% de riqueza a menos que durante o mesmo período do ano anterior.

Desemprego

A taxa de desemprego subiu para 3,9% em novembro no Japão, 0,2 ponto percentual a mais que no mês anterior, informou nesta sexta-feira o governo. O número de desempregados subiu, em novembro, para 2,56 milhões de pessoas, 100 mil a mais que no mesmo mês do ano anterior, segundo o Ministério do Interior e Comunicações.

Outro relatório governamental assinalou que no mês passado houve 76 ofertas de trabalho para cada 100 pessoas que procuravam por emprego.

A taxa de desemprego de novembro ficou abaixo das previsões de mercado, que indicavam um aumento de até 4%, segundo uma pesquisa realizada pela agência local de notícias Kyodo.

Segundo o Executivo, o número de ofertas de trabalho em novembro caiu 2,3% com relação ao mês anterior, enquanto o número de pessoas que procuram por emprego subiu 3,3%. O número de ofertas novas de trabalho caiu 23,7% em novembro, com relação ao mesmo mês do ano anterior.

Inflação

A inflação aumentou no Japão para 1% em novembro, em comparação anualizada, informou o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações do país asiático. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) nacional, que exclui alimentos perecíveis por sua excessiva volatilidade nos preços, ficou em 101,6 pontos, sobre a base fixada de 100 em 2005.

A inflação registrada contrasta com o aumento de 1,1% previsto pelos analistas consultados pela agência de notícias Kyodo.

Em novembro, a inflação cresceu 0,8% em Tóquio com relação ao mesmo mês do ano anterior, para 101,2 pontos, ainda segundo o ministério. Os preços de Tóquio são observados no Japão como um indicador avançado da inflação em todo o país.

Entenda a crise:

EFE
 
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