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 | 20/12/2008 10h10min

Aquecimento global causa grande diminuição da extensão do gelo do Ártico

Nível chegou ao segundo mais baixo da história em 2008, diz Organização Meteorológica Mundial

As informações meteorológicas de 2008 confirmam mais uma vez a tendência para o aquecimento do planeta, que este ano fez diminuir a extensão de gelo no Ártico para seu segundo nível mais baixo da história, informou nesta semana a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Na apresentação do relatório anual da OMM, seu secretário-geral, Michel Jarraud, disse que "a tendência para o aquecimento permanece", após afirmar que 2008 foi o décimo ano mais quente desde 1850, quando a ciência começou a registrar as variações de temperatura.

Além das temperaturas e de diversos fenômenos meteorológicos extremos – como secas, furacões, inundações e tempestades de neve –, outro fator que mostra a gravidade da mudança climática é o derretimento da camada de gelo no Ártico.

Em setembro passado, durante a temporada de fusão do gelo, a extensão de gelo marinho no Ártico diminuiu até o segundo nível mais baixo já registrado desde que começaram as medições por satélite em 1979.

O tamanho da camada foi de 4,67 milhões de quilômetros quadrados no final do verão, em comparação ao recorde mais baixo de 4,3 milhões registrado no mesmo período de 2007. No entanto, Jarraud afirmou que em vários pontos a espessura da camada foi menor este ano em comparação ao anterior.

O especialista comentou que uma situação que ilustra o teor inquietante da situação é que este ano, pela primeira vez na história, os navios conseguiram passar do Atlântico para o Pacífico simultaneamente pelo norte da Sibéria e o do Canadá, "uma situação totalmente excepcional e preocupante".

– Trata-se de um indicador suplementar que confirma o aquecimento global –acrescentou.

Este diagnóstico foi corroborado pelo resultado de um estudo de cientistas da Nasa que afirma que Antártida, Groenlândia e Alasca perderam dois trilhões de toneladas de massa glacial nos últimos cinco anos por causa do aquecimento global.

O estudo será apresentado na próxima quinta, dia 25, na sede da American Geophysical Union, em San Francisco (EUA), e mostrará os resultados da análise das imagens realizadas pelo satélite Grace na região desde 2003.

O responsável da OMM disse que a temporada de furacões também foi "bastante incomum" e causou muito dano em Caribe, América Central e Estados Unidos. Pela primeira vez se registraram seis ciclones consecutivos que chegaram a terra nos EUA e três furacões de grande intensidade atingiram Cuba.

– Foi uma das temporadas de furacões mais ativas, com um total de oito furacões, dos quais cinco foram intensos, em comparação a uma média de seis e dois, respectivamente – afirmou Jarraud.

Como outro fenômeno extremo, o cientista mencionou as maiores inundações ocorridas no sul do Brasil em um século, enquanto situações similares foram vividas em partes de Colômbia, Panamá e outros países da América Central.

A respeito da camada de ozônio, a OMM informou que este ano o buraco foi maior que em 2007 ao alcançar uma superfície máxima de 27 milhões de quilômetros quadrados em 12 de setembro (em comparação aos 25 milhões de um ano antes). No entanto, o buraco foi ao mesmo tempo menor que o recorde de 2006, quando suas dimensões foram de 29 milhões de quilômetros quadrados.

AGÊNCIA EFE
 
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