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 | 15/12/2008 02h58min

Possível aumento no número de vereadores pode afetar 119 minicípios gaúchos

Críticos temem aumento de gastos

Quem defende o aumento do número de vereadores assegura que o gasto nos Legislativos municipais será reduzido por meio de proposta de emenda constitucional (PEC), que tramita no Senado. O argumento, no entanto, não convence os críticos que temem a expansão da despesa no futuro a partir de um cálculo baseado na nova quantidade de parlamentares.

Atualmente, o orçamento das Câmaras Municipais é definido pela Constituição, que determina um teto de gasto proporcional à receita e à população do município. A PEC dos vereadores, aprovada na Câmara dos Deputados, previa um corte drástico na despesa, mas não havia um estudo de impacto. Ao chegar ao Senado, os senadores preferiram discutir esse tema separadamente numa PEC paralela, sem data para votação. Especialistas interpretam a decisão como uma manobra para evitar cortes e uma tendência à expansão do orçamento das Câmaras. Parlamentares, como o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, enxergaram uma brecha para haver aumento de gasto. Entidades, como a Confederação Nacional de Municípios (CNM), também esperavam que a diminuição das despesas fosse votada junto com o aumento dos vereadores.

– Não me interessa o número de vereadores. O mais relevante, que era a redução da despesa, foi deixado para trás. O problema é o gasto do poder que vai onerar o orçamento municipal – avaliou o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Presidente da Câmara da Capital teme aumento de despesa

Quando houve a redução de parlamentares em 2004, o orçamento se manteve o mesmo e muitos aproveitaram para contratar mais assessores. O presidente do Legislativo porto-alegrense, Sebastião Melo (PMDB), sustenta que a Capital não precisa a de mais um vereador.

– É muito ruim. A Câmara da Capital já tem três vereadores que não pediu. O meu medo é que se aumente o gasto – afirmou o peemedebista.

Autor da proposta de ampliação de vagas de vereadores, o deputado Pompeo de Mattos (PDT) afirma que, em hipótese alguma, haverá elevação da despesa. Conforme ele, o assunto foi retirado da PEC original porque a Câmara previu um corte de despesa impraticável e, se o Senado modificasse o texto, a proposta teria de voltar para ser analisada pela Câmara.

– Queremos cortar gordura e não musculatura. O gasto não aumentará nunca. Serei o guardião da nova proposta de redução de gastos – relatou o pedetista.

TIRE SUAS DÚVIDAS
Quando a proposta será votada?
Existe um acordo no Senado para a proposta de emenda à Constituição ser votada amanhã em dois turnos. A tendência é ser aprovada. No texto, há a previsão de que a regra passe a valer já em 2009. Por essa razão, os suplentes assumiriam o mandato junto com os vereadores eleitos em 1º de janeiro.
Há sustentação jurídica para os suplentes assumirem em janeiro?
Existem controvérsias jurídicas. Entre ministros do Supremo Tribunal Federal, há o entendimento de que a medida não pode valer para vereadores empossados, no próximo mês, porque violaria o princípio da anterioridade eleitoral. Conforme a Constituição, qualquer alteração no processo eleitoral deve ser aprovada pelo menos um ano antes da eleição. Segundo resposta do Tribunal Superior Eleitoral a uma consulta do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB-PE), em 19 de junho, a mudança só poderia valer em 2009 se tivesse sido aprovada até o final de junho, antes do início do processo eleitoral.
As Câmaras são obrigadas a criar as vagas de vereador?
Os limites máximos de vereadores estabelecidos pela emenda constitucional terão de ser aplicados nos municípios automaticamente. Caso uma Câmara não queira criar novas vagas e mantenha o número atual de parlamentares, por exemplo, terá de modificar a Lei Orgânica da cidade para prever isso.

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