Notícias

 | 10/12/2008 22h33min

Força Sindical e Fecomércio criticam manutenção da taxa de juros pelo Copom

Entidades dizem que anúncio "é um desastre para a economia brasileira"

A Força Sindical e a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) criticaram nesta quarta-feira a manutenção da taxa de juros em 13,75%, sem viés. Em nota, a Força Sindical diz que o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) "é um desastre para a economia brasileira" e "um banho de água fria no crescimento da economia" para o primeiro semestre de 2009.

— O governo não pode continuar com esta política que privilegia os especuladores em detrimento da produção e o emprego. A somatória da crise econômica com os juros em patamares estratosféricos vai prejudicar os trabalhadores que lutam para manter seus empregos — disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva.

Para a Fecomércio, a decisão do Copom está "dissociada da realidade econômica mundial".

— Pode-se dizer que mesmo parada, a Selic subiu até 2% nos últimos meses, na comparação com os juros vigentes nos EUA e na Europa, que têm sido drasticamente reduzidos pelos respectivos bancos centrais. Enquanto isso o nosso BC ignora o risco do contágio pela recessão mundial e se preocupa com o perigo mais imaginário do que real da inflação — disse o presidente Abram Szajman.

Já o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes considerou a decisão do Copom "desastrosa". Em nota assinada, o presidente do sindicato Miguel Torres afirma que a decisão "só serve para impedir o acesso ao crédito e permitir que os bancos continuem alimentando-se de taxas abusivas".

— Enquanto o resto do mundo reduz suas taxas para aliviar os encargos para os seus cidadãos e afastar os efeitos nocivos da crise financeira, no Brasil, os senhores da economia dão as costas aos problemas da população e dos trabalhadores ameaçados de perderem os seus empregos, e mantêm os juros nas alturas — disse.

Confira gráfico:



Selic

Quanto mais alta a Selic, mais caro fica o crédito, o que desestimula o consumo de bens e serviços. Quanto a Selic é alta, os bancos preferem comprar títulos do governo, remunerados pela Selic, do que emprestar aos consumidores. 

A taxa de juros fixada pelo Copom é a meta para a Selic e normalmente vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do comitê. No entanto, pode ser definido o chamado viés, que permite ao presidente do BC alterar a taxa a qualquer momento entre as reuniões. A última vez que isso aconteceu foi em março de 2003, quando foi estabelecido o viés de alta, ou seja, o presidente do BC podia elevar a Selic.

AGÊNCIA BRASIL
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.