Atualizada às 22h30min

Os líderes democratas do Congresso dos Estados Unidos enviaram nesta segunda-feira à Casa Branca a minuta de um possível plano de resgate de US$ 15 bilhões para as três principais montadoras do país, com o objetivo de submetê-lo à votação esta semana.

Em entrevista coletiva, os democratas disseram que as negociações continuam e que a meta de qualquer acordo é conseguir um plano que promova a viabilidade da indústria automotiva a longo prazo.

A Casa Branca, aparentemente, começou recentemente a estudar a proposta democrata, mas, por enquanto, deu uma resposta morna, pois insiste em que apenas empresas que demonstrem viabilidade a longo prazo devem ser ajudadas.

Se a General Motors (GM), Ford e Chrysler não reunirem as condições de reestruturação e os demais requisitos, "não haverá um fluxo ilimitado de dinheiro para esta indústria (...)", explicou a presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.

Ela disse que as negociações continuam porque "se trata de uma indústria que é importante para nossa economia, para nossa base industrial".

Já o presidente da Comissão de Serviços Financeiros da Câmara Baixa, Barney Frank, afirmou que os democratas já tomaram passos "conciliatórios" para desbloquear as negociações em torno de um plano de resgate do setor. 

— Pudemos enviar (à Casa Branca) um projeto de lei que, tal como achamos que foram as conversas, contém o que eles consideram necessário e, assim, evitar uma maior deterioração econômica — disse Frank.

Ele referiu-se a que, após uma longa oposição, Pelosi e os outros democratas aceitaram que o valor dos empréstimos a GM, Ford e Chrysler saia de um programa a cargo do Departamento de Energia para a fabricação de automóveis mais eficientes e ecologicamente corretos.

O valor de US$ 15 bilhões é inferior aos US$ 25 bilhões proposto pelos democratas e os US$ 34 bilhões que, na semana passada, os executivos das três empresas solicitaram.

Frank explicou que o número estipulado é o máximo que pode ser concedido sob o programa administrado pelo Departamento de Energia com fundos aprovados pelo Congresso em setembro.

Além disso, criticou, a Casa Branca ameaçou usar o veto presidencial a qualquer medida que supere esse valor.

Pelosi voltou a insistir em que é má idéia lançar mão do fundo ambiental e que o dinheiro deveria sair do plano de resgate de Wall Street, ao que se opõe a Casa Branca.

A democrata destacou que as três montadoras devem iniciar um plano de reestruturação e viabilidade a longo prazo até 31 de março de 2009, como condição para receber a ajuda.

Entenda a crise

EFE