| 07/12/2008 23h40min
Os donativos não param de chegar, mas já faltam voluntários nos postos de arrecadação em toda Santa Catarina para ajudar na descarga e triagem das doações para as vítimas da enchente. A média de 6 mil pessoas que estavam ajudando por dia até a última sexta-feira caiu para 2 mil a partir de sábado.
O fim de semana de sol e calor aliado à passagem de duas semanas após os deslizamentos de terra que destruíram casas e resultaram em pelo menos 122 mortes em função da enchente, que atingiu principalmente o Vale do Itajaí, são as prováveis causas da redução do número de voluntários, de acordo com a Defesa Civil Estadual. Até este momento, pelo menos 32,9 mil pessoas estão desalojadas ou desabrigadas, ainda precisando de doações e ajuda dos voluntários.
Até em Blumenau, uma das cidades mais atingidas pelos temporais, o número de voluntários é baixo, se comparado ao volume de carga que chega em caminhões vindos de todo o Brasil. De acordo com o secretário regional de Blumenau,
Paulo França, a meta de
abastecer todos os abrigos só será atingida se a população continuar contribuindo com mão-de-obra.
Na Central de Arrecadação e Distribuição de São José, na Grande Florianópolis, os voluntários "sumiram" no sábado, segundo a coordenadora de doações do departamento, Cristiane Nascimento.
— Apesar do esforço de quem está presente, perdemos muito tempo — ressaltou.
Família se une para ajudar
Preocupada com a falta de pessoas para ajudar, a empresária Maria Beatriz Giaretta, 51 anos, procurou a Defesa Civil do Estado para se colocar à disposição no fim de semana. No sábado, passou o dia no Sesc da Prainha, em Florianópolis, separando alimentos.
Domingo, no mesmo local, ela foi responsável por separar as centenas de pares de sapatos doados. Para ela, abrir mão do descanso e de passar dois dias em casa com marido e filhos não foi o suficiente para fazê-la desistir da idéia de ajudar:
— Se todo mundo soubesse o bem que essa tarefa faz para a gente
depois que sai daqui, todos viriam.
Voluntária há uma semana, a costureira Nelzita Teixeira, 47 anos, não desistiu pelo mesmo motivo. Sentir-se bem por ajudar quem precisa é sua recompensa. A filha de nove anos a acompanha depois da aula e o marido, após o serviço. Com conhecidos nas cidades de Itajaí e Blumenau, Nelzita não pretende abandonar o voluntariado tão cedo.
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