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 | 07/12/2008 13h43min

Economista prevê desaceleração do crescimento do setor de energia

Em meio à crise financeira, distribuidoras deverão contratar menos

O planejamento dos investimentos em relação à oferta de energia elétrica futura vai incorporar a retração da taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) prevista pelos analistas do governo e do mercado para 2009, diante da crise financeira internacional.

Com a percepção de que o mercado vai crescer a taxas menores, as distribuidoras deverão contratar menos energia. A avaliação é do economista Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ).

– Em relação ao nível de expansão da oferta, eu não tenho nenhum problema com relação a essa crise, porque o próprio modelo ajusta – disse.

Castro afirmou que outro eventual problema, referente ao financiamento para os empreendimentos ofertados nos leilões de energia, já foi sanado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

– O BNDES, de certa maneira, já mitigou essa dificuldade do empreendedor e dos consórcios conseguirem financiamento.

Isso ocorreu por meio da abertura de novas linhas de crédito pelo banco para o setor elétrico. Antes da crise, o BNDES só financiava a obra de construção das usinas. Agora, a instituição abriu  um empréstimo ponte  para  facilitar o início da obra, além de uma linha de crédito para importação de equipamentos.

O economista da UFRJ advertiu  que o custo de financiamento dessas linhas vai ser maior, ou seja, as taxas de juros serão mais elevadas, “porque a garantia não é mais a garantia da obra, e, sim, a garantia da empresa que está no consórcio. Então, são juros mais caros. Mas, pelo mecanismo do preço do teto e do deságio no leilão, eu faço esse ajuste”.

Sobre a oferta de energia no setor elétrico, Castro destacou outro instrumento importante do Estado brasileiro para garantir a realização de todos os leilões.

– Ele (governo) tem o Sistema Eletrobrás como instrumento de política energética. Ele estimula que as empresas do grupo Eletrobrás formem consórcios.

Segundo o economista, a capacidade do grupo Eletrobrás de alavancar recursos garante a realização dos leilões de energia.

– Isso mostra como o marco regulatório está sólido.

Em relação ao licenciamento ambiental, o coordenador do Gesel afirmou que esse problema será resolvido gradativamente, na medida em que a regulação do licenciamento for se consolidando.

– Cada vez eu vou ter mais claro qual é o tipo de exigência  que a legislação pede em relação ao aproveitamento hidrelétrico, dentro da nova lei ambiental. É questão de tempo.

AGÊNCIA BRASIL
 
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