A Telecom Italia anunciou nesta quarta-feira a demissão de 4 mil funcionários de sua matriz e o corte de suas previsões de crescimento de receita pela quinta vez em três anos. A companhia informou também que centrará seus negócios em seu país-sede e no Brasil. No mercado brasileiro de telecomunicações, a empresa pretende alcançar um crescimento de 8% em sua receita anual nos próximos três anos.

Os conselheiros da Telecom Italia se reuniram na terça-feira durante nove horas e escolheram Londres para apresentar a analistas, nesta quarta, seu novo plano de negócios. Até 2011, os empregados da Telecom Italia passarão de 64 mil para cerca de 55 mil, disse em comunicado o administrador Franco Bernabé. Em setembro, a empresa havia firmado com sindicatos a eliminação de 5 mil postos de trabalho por demissões voluntárias. A essas baixas, somam-se as 4 mil dispensas anunciadas nesta quarta-feira.

— O Brasil representa um sólido mercado emergente no qual a Telecom Italia quer reforçar sua posição, por meio da telefonia celular e do desenvolvimento da banda larga, com as possibilidades que oferece a passagem da rede fixa à móvel — informou a companhia italiana em nota de imprensa.

A empresa prevê contar em 2011, através da TIM (Telecom Italia Mobile), com mais de 2,5 milhões de clientes de serviços de banda larga, por meio da rede móvel, com uma fração de mercado de 25%. Os investimentos industriais no Brasil para 2009 serão de R$ 2,8 bilhões, o que representa 13,5% da receita que a companhia espera registrar em 2011.

As vendas mundiais em 2009 serão semelhantes às de 2008, segundo a empresa, que em março estimava que sua receita cresceria entre 1% e 2% no próximo ano. Entre suas pretensões no mercado das telecomunicações do Brasil, a Telecom Italia quer alcançar, em 2009, receita em torno de R$ 15,3 bilhões, e uma margem bruta de exploração (Ebitda) de R$ 3,6 bilhões.

A dívida Telecom Italia chegou 35,7 bilhões de euros em setembro, e a empresa pretende reduzi-la a 5 bilhões até 2011. O objetivo é chegar a um índice de 2,3% em relação ao indicador financeiro Ebitda (3% em 2008).