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 | 27/11/2008 14h32min

Senado quer ouvir explicações sobre empréstimo da Caixa à Petrobras

Empresa divulgou comunicado sobre seus planos de investimentos

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta quinta-feira o convite para ouvir explicações dos presidentes da Petrobras, Sérgio Gabrielli, da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, e do Banco Central, Henrique Meirelles, sobre o empréstimo de R$ 2 bilhões feito pela Caixa à Petrobras para despesas correntes.

O presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que o empréstimo se deve à crise internacional e à queda no preço do petróleo: 

— Todo o setor de petróleo foi atingido pela queda de preço, pela instabilidade da taxa de câmbio e, sobretudo, pelo fechamento das fontes de financiamento internacional.

Devido a repercussão da notícia sobre o empréstimo, a Petrobras divulgou comunicado a respeito de sua saúde financeira. Segundo a companhia, seu Plano de Negócios 2008 - 2012 prevê investimentos de USS 112,4 bilhões (média anual de US$ 22,5 bilhões), com necessidade de captações médias anuais de US$ 4 bilhões.

A empresa diz ainda que, no curso de suas atividades operacionais e financeiras, sempre acessa os mercados de capitais e bancários nacionais e internacionais. "A companhia sempre analisa todas as alternativas de financiamento, buscando sempre as opções mais adequadas ao perfil de sua dívida, seja na parte de custos como nos prazos." De acordo com a Petrobras, em virtude das condições atuais do mercado financeiro internacional e a solidez do sistema financeiro nacional, as companhias brasileiras, incluindo ela própria, vêm utilizando com maior freqüência o mercado doméstico para suprir suas necessidades normais de financiamentos.

A estatal reforça que seus lucros recordes no terceiro trimestre deste ano e no acumulado de 2008 de janeiro a setembro foram obtidos pelos "excelentes resultados operacionais (aumento da produção de óleo e gás natural, aumento da venda dos derivados e melhores preços)". Diz ainda que, até setembro, a geração de caixa em suas atividades operacionais totalizou R$ 34,7 bilhões, mais R$ 4,4 bilhões em financiamentos líquidos. Foram utilizados R$ 35,2 bilhões em atividades de investimento e pagamento de R$ 6,2 bilhões em dividendos, resultando em uma geração líquida negativa de R$ 2,3 bilhões e um caixa de R$ 10,8 bilhões no fim de setembro. Esses valores fazem parte das demonstrações contábeis da companhia, arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e amplamente divulgadas ao mercado.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que obteve informações de que a Petrobras estaria atrasando pagamento a fornecedores e que isso estaria acontecendo nos últimos 30 dias. Tasso foi responsável ontem pela denúncia de que a estatal petrolífera tomou um empréstimo de R$ 2 bilhões junto à Caixa Econômica Federal. 

— Essas informações começam a bater, o que mostrou que a Petrobras está com problemas de liquidez e crédito e não consegue resolver com os financiamentos tradicionais — declarou o senador.

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, rebateu as críticas de Jereissati e disse que são infundadas: 

— Gostaria de saber por que (o senador) está criticando. A Petrobras é a maior empresa do Brasil, fez um empréstimo em condições normais de mercado e queria saber qual o motivo da crítica.

Questionado se a Petrobras enfrenta dificuldades de caixa para tomar empréstimos de bancos, o ministro foi categórico: 

— Petrobras tem problema de caixa o tempo todo. Neste ano vai investir cerca de
US$ 60 bilhões e, no ano que vem, será muito mais. Só para o pré-sal vai precisar de aproximadamente US$ 60 bilhões (no horizonte de 10 a 12 anos). É um enorme problema de caixa, mas nós vamos resolver.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, classificou como "dificuldades momentâneas" os fatores que levaram a Petrobras a contrair o empréstimo e que isso não é grave para nenhuma empresa:

— Ela não está mal. Está como sempre esteve. Teve apenas dificuldades momentâneas em razão de impostos e compromissos que teve de pagar, mas é uma situação que se restabelece no passo seguinte.

AGÊNCIA BRASIL E AE

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