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 | 24/11/2008 13h49min

Tailandeses cercam Parlamento para tentar derrubar governo

País sofre uma profunda crise depois de cinco meses de protestos e focos de violência

Atualizada em 26/11/2008 às 01h39min

Milhares de manifestantes cercaram nesta segunda-feira o prédio do Parlamento da Tailândia em uma tentativa de forçar a queda do governo, após mais de cinco meses de protestos e focos de violência que puseram o país em uma profunda crise. O presidente da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), Chai Chidchob, se viu obrigado a suspender a sessão parlamentar depois que militantes da Aliança do Povo para a Democracia, organizadora das manifestações, cortaram o fornecimento de energia e bloquearam os acessos ao plenário.

Os cerca de 16 mil manifestantes conseguiram suspender a sessão no Parlamento, mas a "batalha final" anunciada por seus líderes para esta segunda-feira, foi mais um episódio da campanha de cerco e derrubada do governo do primeiro-ministro da Tailândia, Somchai Wongsawat.

Chidchob anunciou mais tarde que a sessão, na qual deveriam ser aprovados os assuntos da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), que acontecerá de 8 a 9 de dezembro na cidade tailandesa de Chiang Mai. Depois do fim ao cerco ao Parlamento, os ativistas da Aliança do Povo para a Democracia, seguiram para a frente da Delegacia da Polícia Metropolitana, enquanto outras centenas se concentraram nos acessos ao antigo aeroporto de Don Muang, onde funciona a sede temporária do governo.

Na sede do Executivo, ocupada pelos seguidores da Aliança do Povo para a Democracia, os líderes dos protestos disseram ter vencido por terem conseguido impedir a realização da sessão no Parlamento. O general reformado Chamlong Srimuang, um dos dirigentes dos protestos, disse ontem que se a Aliança do Povo para a Democracia não conseguir derrubar o governo, os manifestantes deixariam os protestos, que acontecem desde maio.

Em declarações à imprensa no Peru, Wongsawat reiterou que não pretende renunciar e pediu diálogo.

— Devemos falar e conseguir a reconciliação — disse Wongsawat, que deve retornar à Tailândia na quarta-feira.

Protegidos por centenas de voluntários com pedaços de madeira e barras de metal, os manifestantes continuam acampados na sede do governo. Os sindicatos do setor público, que representam 200 mil funcionários e empregados de 43 empresas estatais, reiteraram que amanhã declararão uma greve em todo o país em apoio à Aliança do Povo para a Democracia se o primeiro-ministro não renunciar.

— Pode ser que amanhã ou dentro de três dias, mas os dias deste governo e seus aliados estão contados — destacou convencido um dos manifestantes entrincheirados na sede do governo.

EFE
Apichart Weerawong, AP / 

Por volta de 16 mil manifestantes conseguiram suspender a sessão no Parlamento
Foto:  Apichart Weerawong, AP


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