Notícias

 | 08/11/2008 17h32min

Economista destaca bom momento da diplomacia brasileira na mediação do G-20

Virgílio Arraes disse que encontro subsidiará posicionamento do G-7 sobre a conjuntura econômica

A diplomacia brasileira está tendo a oportunidade de auferir ganhos políticos neste momento de crise financeira internacional, pela possibilidade de exercer um posicionamento de moderação e de mediação na reunião do G-20, grupo das maiores economias mundiais, que se realiza até domingo em São Paulo. A análise foi feita pelo professor Virgílio Arraes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), em entrevista à Rádio Nacional, neste sábado.

Arraes disse que o encontro deverá subsidiar o posicionamento do G-7 (grupo dos países desenvolvidos mais a Rússia), sobre a conjuntura econômica internacional e sinalizar encaminhamentos importantes para a próxima reunião dos chefes de Estado do G-20, no dia 15, em Washington. Apesar de reconhecer que a economia brasileira hoje está menos vulnerável a abalos internacionais do que acontecia há 10 anos, Arraes argumenta que nenhum país está a salvo das intempéries da crise.

O economista ressaltou que o desaquecimento da economia americana tem impacto no mundo inteiro e, se houver agravamento, o Brasil teria menos contratos comerciais fechados, e, conseqüentemente, menos divisas a obter, o que agravaria o quadro de desemprego. Segundo o professor, o governo brasileiro procurou diversificar sua pauta de exportações nos últimos anos, mas os negócios internacionais não escaparão dos efeitos da crise se a recessão internacional for mais duradoura.

Arraes previu que propostas mais significativas para conter os efeitos da crise só devam vir por parte dos Estados Unidos a partir de janeiro, quando o presidente eleito, Barack Obama, tomar posse. Arraes acredita que os dois meses de governo que restam ao presidente americano, George W. Bush, serão melancólicos e os democratas terão participação apenas figurativa no cenário do país até 20 de janeiro, data da posse. Um dos motivos seria a impopularidade de Bush.

Enquanto isso, o mundo está atento à formação do secretariado do futuro presidente, que será muito importante para a reestruturação do governo americano na gestão de Obama, na avaliação de Arraes. O quadro atual, de acordo com o professor, mostra que a desregulamentação do mercado, efetivada nos últimos 15 anos na economia americana e em outros países desenvolvidos, fracassou.

Arraes disse que os países e suas economias não têm condições de ter controle forte sobre os fluxos de capital que circulam 24 horas por dia em todo o planeta, mas que é necessário que esses países adotem normas mais rígidas para conter o capital especulativo, aquele que busca faturar com juros altos, em detrimento dos interesses do mundo real que gera emprego por meio da produção.

Entenda a crise

 

AGÊNCIA BRASIL
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2010 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.