O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, elencou nesta sexta-feira as prioridades do futuro governo para enfrentar a crise financeira internacional. O democrata disse que dará preferência a um plano de resgate para a classe média. Ele explicou que um dos objetivos de seu governo não é apenas o de recuperar as instituições financeiras, mas também o de criar empregos e ampliar o seguro desemprego. Além disso, deverá apresentar um plano de estímulo fiscal.

— Eu vou enfrentar essa crise econômica de frente. Não vai ser rápido e não vai ser fácil sair do buraco que estamos, mas os EUA são um país forte — afirmou Obama, na sua primeira entrevista coletiva após as eleições.

O presidente eleito afirmou que a indústria automotiva, que tem apresentado dados negativos nos últimos dias, será vista como uma das prioridades. Segundo ele, ela é a "espinha dorsal" da economia" e afeta desde pequenos até grandes negócios. Também reiterou sua promessa eleitoral de reduzir os impostos para 95% dos americanos.

Obama disse que a aprovação do segundo pacote de estímulo à economia, que está sendo montado no Congresso pelos democratas, "é a primeira coisa que eu farei como presidente dos EUA". Ele enfatizou a urgência do segundo pacote, que "precisa passar antes ou após a posse".

Antes da entrevista coletiva, Obama se reuniu com assessores econômicos.

— Eles vão me ajudar a guiar o trabalho da minha equipe de transição desenvolvendo um conjunto de políticas fortes para enfrentar essa crise — disse.

Assim que tomar posse, Obama garantiu que "tomará todas as medidas necessárias" contra a turbulência econômica, à qual se referiu como a mais importante "de nossas vidas".

Nomes do gabinete

Contrariamente ao esperado, ele não informou nenhum novo nome do seu gabinete. O deputado Rahm Emanuel, que será chefe de gabinete do governo Obama, acompanhou a coletiva, bem como o vice-presidente eleito dos EUA, Joseph Biden.

Irã

Obama reiterou que as tentativas do Irã de desenvolver um programa de armamento nuclear são "inaceitáveis" e esse país deve pôr fim ao apoio ao terrorismo. Ele prometeu que estudará cuidadosamente a carta de felicitação enviada pelo presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e responderá "de maneira adequada".

— Não é algo que possamos fazer de forma superficial, temos que pensar isso — ressaltou o presidente eleito.

Obama não quis mostrar que propostas precisas têm para tratar com o Irã e se limitou a lembrar que a pessoa no comando é ainda George W. Bush.

— Só temos um presidente ao mesmo tempo. Eu não sou o presidente ainda e não serei até 20 de janeiro — declarou.

Na última quinta-feira, Ahmadinejad felicitou Obama por sua vitória, na primeira ocasião em que um dirigente iraniano tem um gesto do tipo desde 1979. A carta, segundo a agência iraniana Irna, expressa o desejo de que o próximo presidente "sirva a seu povo e deixe um bom nome para a história" durante seu mandato.

Perfil, análises, fotos e comentário sobre
o novo presidente dos Estados Unidos

Confira a cobertura direto dos EUA