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 | 06/11/2008 13h56min

Operação do Ibama desmonta carvoarias e propriedades ilegais na Bahia

Dois mil hectares de vegetação nativa foram devastados para plantação de soja

Atualizada em 06/11/2008 às 19h41min Viviane Cardoso, enviada especial à Bahia  |  viviane.cardoso@gruporbs.com.br

Agentes do Ibama deflagraram nesta quinta-feira à Operação Veredas. Coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, a ação desmontou carvoarias e propriedades agrícolas que funcionavam ilegalmente no Oeste e Noroeste da Bahia.

Os fiscais encontraram no centro do Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba, em Formosa do Rio Preto, uma propriedade onde cerca de 2 mil hectares de vegetação nativa foram devastados para o plantio de soja. O responsável pela área, Haroldo Uemura, já havia sido notificado para sair do local em 2003. Ele foi multado em R$ 880 mil e autuado por porte ilegal de armas.

Uemura questiona na Justiça a formação do parque e alega que está no local há mais de seis anos. Embora estivesse em uma área de reserva protegida, o agricultor recebeu financiamento do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste para o plantio da safra 2008/2009. Acompanhando a operação, o ministro do Meio ambiente, Carlos Minc, caracterizou a soja como pirata e avisou ao produtor que ela seria leiloada.

Em Riachão das Neves, a 160 quilômetros de Formosa do Rio Preto, fiscais do Ministério do Trabalho encontraram registros de trabalho escravo em uma carvoaria. A maioria dos 37 funcionários do local não possuía carteira assinada e tinham de pagar pelo das ferramentas de produção.

O fazendeiro, Valdemar Gertner, chegou no momento da autuação e disse que a propriedade estava arrendada para terceiros e desconhecia a situação. Embora tenha licença para funcionar, a carvoaria também utiliza madeira protegida por lei, como aroeira, angico e pau d'arco, para transformar em carvão.

Segundo Minc, a defesa do cerrado é uma das prioridades da sua gestão:

— O nosso ministério não vai ser samba de uma nota só — avisou o ministro, em referência ao fato de que até o início deste ano somente o bioma amazônico era monitorado pelos fiscais ambientais.

Viviane Cardoso   / 

Ação desmontou carvoarias e propriedades agrícolas que funcionavam ilegalmente no Oeste e Noroeste da Bahia
Foto:  Viviane Cardoso


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