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 | 06/11/2008 02h08min

PF discute atuação em aniversário da Rodin

Encontro em Santa Maria reúne mais de 200 federais

Os mais de 200 policiais federais reunidos em Santa Maria desde ontem à noite têm mais um tema para discutir no encontro que marca um ano de deflagração da Operação Rodin: a crítica do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que a Polícia Federal (PF) batiza as operações para fazer “marketing”.

O superintendente gaúcho da PF, delegado Ildo Gasparetto, usa a própria Rodin como exemplo de que a estratégia é importante para preservar as investigações.

– Se falar hoje em Rodin, todos sabem que foi o trabalho que investigou a quadrilha que fraudava o Detran. E é uma maneira de preservarmos nossas investigações, evitar vazamentos – sustenta Gasparetto.

A Rodin é considerada um exemplo de operação de sucesso e, por isso, será um dos temas principais do encontro da PF, que também tratará do uso de algemas e da quantidade de grampos nas investigações.

A Justiça Federal de Santa Maria, onde tramita o processo, confirmou ontem que foram arroladas pelos 40 réus 499 testemunhas de defesa, sendo 306 delas de fora da cidade. Em razão do volume de depoimentos a serem coletados, os réus só serão interrogados em 2009.

Mesmo com a convicção de que é impossível reaver todo o dinheiro desviado do Detran, o delegado Gustavo Schneider, que comandou a operação, acredita que o fato de a Justiça Federal ter bloqueado bens dos acusados é um pesado golpe nos acusados de fraudar a autarquia gaúcha.

Um ano depois
Por onde andam as 13 pessoas presas pela Rodin em 2007

Alfredo Pinto Telles – Voltou a se dedicar à agricultura. Sócio da Newmark, empresa que teria se beneficiado da fraude, foi apontado como um dos laranjas de Lair.

Antônio Dorneu Maciel – Ex-conselheiro político do PP, foi afastado do partido com a Rodin. Sem exercer nenhuma atividade profissional, recebe aposentadoria da Assembléia.

Carlos Ubiratan dos Santos – Ex-diretor-presidente do Detran, atua como advogado, mas sem ter escritório constituído. É aposentado da Assembléia.

Dario Trevisan de Almeida – Ministra aulas na UFSM. A defesa dele pediu à Justiça liberação dos bens bloqueados.

Ferdinando Fernandes – Empresário e advogado, continua sócio da Pensant.

Flavio Vaz Netto – Ex-presidente do Detran, divide sua rotina entre o escritório de advocacia da mulher, na Capital, e Aceguá, onde se dedica à atividade agropecuária.

Lair Ferst – Autoridades sustentam que até hoje ele segue sendo agente de articulações políticas. Suspeito de ser um dos mentores da fraude, atua como consultor de empresas.

Luciana Balconi Carneiro – É funcionária de uma empresa em Santa Maria. Formada em administração, trabalhou na Fatec e foi sócia da empresa Pakt, investigada na fraude.

José Antônio Fernandes – Apontado na investigação como mentor da fraude, está em tratamento de depressão. Só vai à sede da Pensant Consultores eventualmente. A empresa está com as atividades praticamente paralisadas.

Patricia Bado dos Santos – Dona da empresa NT Pereira, que foi investigada pela fraude, atua como advogada juntamente com o marido Carlos Ubiratan dos Santos.

Rosana Cristina Ferst – Irmã de Lair e sócia de uma das empresas envolvidas na fraude, Rosana tem atuado como contadora.

Rubem Höher – Professor aposentado da UFSM, Höher continua sócio da Doctus, uma das empresas envolvidas na fraude.

Silvestre Selhorst – Foi demitido da Fatec, onde era secretário executivo. Hoje, não exerce nenhuma atividade e sua renda é a de professor aposentado da UFSM.

A OPERAÇÃO QUE SACUDIU O RS
O INÍCIO
> Em 6 de novembro de 2007, a Polícia Federal (PF) prende 13 suspeitos de envolvimento em um esquema que desviou pelo menos R$ 40 milhões do Detran. Entre os detidos, estavam integrantes da cúpula da autarquia.

40 TORNAM-SE RÉUS
> A juíza da 3ª Vara Federal, Simone Barbisan Fortes, aceita no dia 27 de maio denúncia contra 40 suspeitos de participar da fraude do Detran. O Ministério Público Federal havia denunciado 44 pessoas.

CPI AO VIVO
> Depois de cinco meses de depoimentos transmitidos ao vivo pela TV Assembléia, a CPI do Detran chega ao fim no dia 4 de julho sem avançar em relação à investigação da PF. A CPI, no entanto, deu rosto aos investigados e revelou trechos de escutas telefônicas que mostravam o envolvimento de agentes políticos.

 
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