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 | 03/11/2008 18h15min

Queda da demanda mundial reduz alta das exportações

Redução das exportações em outubro ante setembro foi de 7,5%

A redução da demanda mundial já impactou o resultado da balança comercial brasileira em outubro. Segundo o secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, o crescimento das exportações e das importações "está sendo resfriado".

— A queda nas exportações em relação a setembro foi maior que nos outros anos e o aumento das importações foi bem menor do que nos anos anteriores — afirmou.

Ele acrescentou que o governo esperava um aumento maior das importações em outubro por causa das compras de fim de ano. De acordo com os dados do ministério, nas importações, houve um crescimento de 0,2% em outubro na comparação com setembro, enquanto nos anos anteriores foi registrado um crescimento entre 2% e 3%.

Já a queda das exportações em outubro ante setembro foi de 7,5%, enquanto nos dois anos anteriores a redução atingiu 3,9% na mesma comparação.

Dólar

Barral disse que no caso das vendas externas a volatilidade cambial está levando os compradores de produtos brasileiros a evitarem o fechamento de contratos com pagamento futuro. Barral disse que é o caso, por exemplo, de produtos como celular, caminhões e aço.

— Há o receio das empresas em fechar contratos de médio prazo por causa da volatilidade do dólar. As empresas estão tentando renegociar preços para compensar o aumento do dólar no Brasil — disse o secretário.

Na comparação com setembro, houve uma queda também em volume de aviões, soja em grão e etanol, mas, segundo Barral, essa redução se deve a fatores sazonais. Em relação às commodities, o secretário informou que o alumínio foi o único produto da pauta exportadora brasileira que teve um grande decréscimo de preço em relação a setembro (9,3%).

Bens de consumo

Em relação às importações, o secretário informou que as compras de bens de consumo cresceram 30,2% em outubro ante outubro de 2007 e tiveram uma queda de 5,6% ante setembro do ano passado.

Barral afirmou que o governo esperava um desempenho muito maior das importações em outubro, principalmente de produtos não-duráveis, por causa da ceia de Natal. As importações de não-duráveis subiram 11,7% em relação a outubro de 2007 e caíram 13,4% na comparação com setembro de 2008.

Barral informou que em outubro 2007 as importações de bens não-duráveis subiram 35,2% ante outubro de 2006 e 10,3% em relação a setembro.

— Por causa do dólar, está havendo uma cautela maior do importador. O varejista corre o risco de o consumidor preferir o produto nacional — avaliou.

— A ceia de Natal vai ter menos importados. A crise vai mostrar como tem produtos de qualidade produzidos no Brasil — completou.

Apesar do arrefecimento no crescimento em relação ao desempenho dos últimos meses, as exportações de US$ 18,512 bilhões registradas no mês passado foram recorde para meses de outubro.

Da mesma forma, as importações, que somaram US$ 17,305 bilhões, também foram recorde para meses de outubro. A balança comercial registrou superávit de US$ 1,2 bilhão em outubro, acumulando no ano um saldo positivo de US$ 20,8 bilhões.

Entenda a crise 

 

Agência Estado
 
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