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 | 31/10/2008 21h02min

Associação quer que banco público financie compra de carro

Empresas apresentaram reclamações em encontro com Meirelles e Mantega

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, disse nesta sexta que o governo estuda a possibilidade de que bancos públicos como a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil (BB) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) passem a financiar a compra de veículos para o consumidor, "dependendo da rapidez com que se consiga implementar".

— Não falamos de valor, não comentamos sobre montantes, até porque isso é uma decisão dos bancos, mas falamos fundamentalmente sobre conceitos e houve uma clara receptividade, uma receptividade muito forte, no sentido de que os bancos olhariam isso a partir da semana que vem com muito mais atenção. Falamos sobre atividade mais forte de bancos públicos em relação a esse tema. Não temos nenhuma medida concreta ou específica, até porque estamos conversando sobre isso.

— A Caixa pode ser uma opção, BB pode ser uma opção. De alguma forma, eventualmente, mais ligada a caminhões e ônibus, o BNDES pode ser uma opção. A Nossa Caixa aqui do Estado de São Paulo também pode ser uma opção — acrescentou.

Em reunião realizada nesta tarde, com a participação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e dos presidentes das principais montadoras do país, na capital paulista, as empresas apresentaram suas reclamações sobre a restrição de crédito que consumidores têm encontrado nas concessionárias para adquirir veículos.

— Na prática, hoje existe uma restrição muito grande desse crédito.

Sobre o encontro, do qual Mantega e Meirelles saíram sem falar com a imprensa, Schneider destacou que as conversas não envolveram a compra de carteiras de crédito das financeiras das montadoras, conforme prevê a Medida Provisória 443, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

— Não falamos de compra de carteiras de financeiras das montadoras. Nós falamos de funding (financiamento) específico na ponta. É diferente — afirmou.

— Nós falamos da possibilidade de os bancos passarem a ou atuar na ponta de uma maneira mais direta ou atuar na ponta de maneira indireta, através de parcerias com bancos que tradicionalmente operam nessa ação de comercialização de veículos através de financiamentos — acrescentou.

Essa parceria significaria a liberação direta de recursos para instituições que financiam veículos. Diante da insistência dos repórteres sobre a eventual compra de carteiras dessas financeiras, Schneider respondeu:

— Comprar carteira pode ser uma ação, mas não acho que é a mais efetiva.

Vendas

Os efeitos da crise por que passa o sistema financeiro já estão afetando as vendas das companhias neste mês de outubro. Schneider não soube precisar até que ponto as empresas serão prejudicadas.

— Nós não temos o número fechado de outubro, mas eu fui claro no sentido de que já estamos vendo queda nas vendas em outubro — disse. Ele insistiu, no entanto, que é preciso planejamento para que essa redução nas vendas não seja ainda maior no futuro.

Férias

Schneider ressaltou que as férias coletivas anunciadas recentemente pelas montadores têm mais a ver com a queda nas vendas para os mercados de exportação do que com o mercado interno. A General Motors (GM) concedeu nesta sexta um segundo período de férias coletivas na fábrica de São José dos Campos (SP). Desta vez, a decisão afeta as linhas de produção do modelo Corsa e também de motores e veículos desmontados para exportação. Um primeiro período já havia começado no dia 20 de outubro e acaba em 2 de novembro.

Entenda a crise:

Agência Estado
 
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