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 | 29/10/2008 15h49min

Assembléia Geral da ONU aprova pedido de suspensão de embargo dos EUA a Cuba

De 192 países, 185 votaram a favor do fim da intervenção de quase meio século

A Assembléia Geral da ONU aprovou nesta quarta-feira por maioria absoluta uma resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial declarado há quase meio século pelos Estados Unidos contra Cuba. O documento alcançou um apoio quase unânime dos 192 países que integram a ONU, já que 185 países votaram a favor, contra três (Estados Unidos, Israel e Palau) que foram contra, duas abstenções (Ilhas Marshall e Micronésia) e dois países não votaram (El Salvador e Iraque).

Esta é a 17ª vez consecutiva que Cuba apresenta à Assembléia Geral uma resolução que critica os efeitos negativos destas sanções unilaterais dos Estados Unidos e pede sua revogação. A resolução apresentada ao plenário pelo chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, recebeu, nesta ocasião, um apoio superior ao do ano passado, quando foi respaldada por 184 países e rejeitada por quatro.

— Vocês estão sozinhos, completamente isolados — disse pouco antes da votação Pérez Roque, dirigindo-se à delegação americana.

Em seu discurso, o chanceler cubano disse que "sete em cada 10 cubanos passaram a vida sob esta política irracional e inútil".

— O bloqueio é mais velho que o senhor Barack Obama (o candidato democrata à Presidência dos EUA) e que toda minha geração — disse.

Pérez Roque destacou que o debate na ONU sobre o embargo dos EUA será realizado este ano com o cenário das eleições presidenciais americanas e a passagem, em agosto e setembro, de dois furacões pela ilha. O chanceler disse que os Estados Unidos responderam aos furacões "com seu habitual cinismo e hipocrisia", e criticou que Washington não tenha concordado com o pedido de permitir a compra, por parte de Cuba, de produtos americanos através de créditos privados.

O ministro cubano justificou sua rejeição aos US$ 5 milhões em ajuda direta oferecida pelo governo americano destacando que as autoridades de Cuba não podem "aceitar uma suposta ajuda daqueles que intensificaram o bloqueio, as sanções e a hostilidade" contra o povo cubano.

Pérez Roque disse ainda que os Estados Unidos aumentaram, no último ano, a perseguição a empresas cubanas em outros países, criaram obstáculos às transações internacionais da nação e bloquearam sites com vínculos a Cuba.

Por sua parte, o representante americano, Ronald Goddard, acusou o regime cubano de colocar seus interesses políticos à frente do bem-estar do povo americano, ao rejeitar, em quatro ocasiões, as "ofertas incondicionais" de ajuda de Washington após a passagem dos furacões. Goddard afirmou que o governo dos EUA considera que o embargo a Cuba é um assunto que não diz respeito à Assembléia Geral, porque faz parte da política comercial soberana do país.

Assim mesmo, ressaltou que o embargo foi "cuidadosamente elaborado" para permitir o acesso do povo cubano a alimentos e produtos humanitários.

Nesse sentido, lembrou que os Estados Unidos são o maior parceiro comercial de Cuba na venda de produtos agrícolas, que foram enviados US$ 40 milhões em remédios à ilha em 2007 e US$ 240 milhões em "assistência humanitária privada".

EFE
 
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