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 | 28/10/2008 13h28min

Mantega: crise terá impacto na economia real no mundo

"É impressionante como o travamento de crédito atinge a economia real", diz ministro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que a crise financeira internacional terá um forte impacto na economia real do planeta. Segundo ele, a crise tem magnitude inédita e será de longa duração. Para o ministro, o efeito desta crise na economia real está ficando nítido agora.

— É impressionante como o travamento de crédito atinge a economia real. Espero que este travamento de crédito não se transforme em depressão — disse Mantega, que participa do 3º Encontro Nacional da Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Para Mantega, a crise impacta menos os países em desenvolvimento, porque estes já têm um dinamismo maior (por causa do maior potencial de seus mercados internos), as contas públicas estão mais robustas e também porque os bancos que estão mais comprometidos com os ativos tóxicos são os dos países avançados e não dos emergentes. Ressalvou, no entanto, que há casos de emergentes também com problemas bancários relacionados diretamente com tais ativos problemáticos, como a Rússia.

O ministro da Fazenda afirmou que o problema de travamento de crédito observado nos Estados Unidos e nas economias avançadas não ocorre na mesma magnitude no Brasil. Ele reconheceu que é natural, neste momento em que o mundo passa por uma grave crise financeira, que haja um maior comedimento das instituições financeiras do país.

Mantega explicou que o agravamento da crise a partir de meados de setembro teve como conseqüências uma restrição do crédito externo, especialmente para a exportação; e problemas de liquidez. Mas ele destacou que o governo tem instrumentos, e os tem utilizado, para enfrentar os impactos da crise no Brasil.

O ministro mencionou especificamente os volumes de depósitos compulsórios que sempre foram criticados no passado, e que hoje "se revelam reserva importante para irrigar o sistema financeiro".

Outros participantes

No mesmo evento em que Mantega participa, também está o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, que afirmou que o reflexo tangível do cenário adverso no exterior é uma crise de liquidez "sem precedentes". Ele avaliou que essa crise já se traduz em desaceleração do nível de atividade de alguns setores. Monteiro Neto ainda ressaltou que o problema de uma crise de liquidez para o país é que a economia brasileira tem funcionado graças à expansão do crédito.

Outro participante, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) defendeu que o governo continue investindo para sustentar o nível de atividade econômica interna, amortecendo o impacto da recessão internacional no país. Ele também defendeu a estabilização da taxa de câmbio.

O empresário Jorge Gerdau, também presente no evento, é mais um que detecta o efeito da crise na economia real. Mas ele destacou que o governo brasileiro tem trabalhado com "inteligência" e "agilidade". "Com mais inteligência do que agilidade", avaliou. De acordo com ele, a crise tem duração imprevisível.

Entenda a crise nos mercados mundiais

Agência Estado
 
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