| 07/10/2008 03h29min
1. Onde vai parar essa queda?
Ainda está difícil identificar com clareza a tendência dos mercados. O ritmo de estabilização da bolsa brasileira depende da evolução da crise internacional, porque é a fuga de investimentos estrangeiros que está sacudindo o pregão da Bovespa. Analistas consideram possível tanto novas quedas acentuadas quanto notáveis recuperações. É um momento de irracionalidade, segundo o sócio e analista da XP Investimentos, Rossano Oltramari.
2. É hora de sair da bolsa?
Depende do planejamento financeiro e da quantidade de recursos aplicados. Vender ações na baixa significa prejuízo, especialmente para quem entrou nos últimos dois anos. Analise se não é o momento de trocar papéis de maior risco por outros mais seguros, de empresas com fundamentos sólidos, que estejam mais baratos. Segundo a analista Débora Morsch, da Solidus, alguns papéis tiveram baixas muito
fortes não porque as empresas estejam em dificuldade e estejam valendo
menos. Pelo contrário: sua consistência faz com que sejam mais interessantes para outros investidores e, assim, mais fáceis de vender na hora do aperto.
3. É hora de entrar na bolsa?
No momento de turbulência, o melhor é entrar com cautela. É possível ter bons lucros com perspectiva de longo prazo – afinal, as empresas não deixarão de existir e suas ações eventualmente vão subir – mas levará no mínimo um ano para as bolsas se recuperarem totalmente. A recomendação é montar uma carteira aos poucos, de semana em semana, e analisar os fundamentos das empresas que originaram os papéis: se têm lucro consistente, boa perspectiva de crescimento, resultados sólidos e gestão transparente.
4. Os bancos estão garantidos no Brasil?
As instituições nacionais não estão sendo diretamente afetadas, como na maior parte do mundo, porque não investiram nos títulos lastreados no mercado
imobiliário americano, que deram origem à crise. Os bancos que atuam no
Brasil captam a maior parte dos seus recursos no mercado interno. Além disso, o correntista está protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito: em caso de quebra de alguma instituição, esse fundo assegura depósitos, poupança e aplicações em CDBs até o valor de R$ 60 mil. No Brasil, só está ocorrendo redução na disposição das instituições financeiras de emprestar dinheiro.
5. Quais são as alternativas ao mercado acionário?
Se você tem economias e quer investi-las sem se preocupar com a tempestade nas bolsas, há opções mais conservadoras que se tornam interessantes.
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) DI acompanha a oscilação da taxa básica de juros, que está em 13,75% ao ano e mantém a tendência de alta. Como houve elevação da taxa Selic, aumentou a procura também por CDB, explica a superintendente da unidade financeira do Banrisul, Maria Lúcia Ferreira.
O rendimento depende de quanto o correntista
aplica, e o Imposto de Renda (IR) sobre os ganhos é aplicado
conforme o tempo que o dinheiro permanece investido. A superintendente executiva de investimentos do Santander, Sinara Polycarpo Figueiredo, diz que é preciso negociar com seu banco: quanto mais eficiente o relacionamento com a instituição, melhores taxas podem ser obtidas nos CDBs.
Se o valor a ser investido é pequeno, é possível que a poupança compense mais, porque não é cobrado IR de pessoas físicas. Ainda há os fundos DI, normalmente atrelados aos títulos de governos, que podem ter boa valorização se forem bem geridos, diz Sinara.
Fonte: Fontes: Maria Lúcia Ferreira (Banrisul), Sinara Polycarpo Figueiredo (Santander), Débora Morsch (Solidus) e Rossano Oltramari (XP Investimentos).
GRÁFICO: entenda a crise global
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