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 | 01/10/2008 08h20min

Lula muda discurso em relação à crise mundial

Presidente brasileiro demonstrou apreensão perante a crise nesta terça

Atualizada às 09h09min

Após semanas afirmando que a crise era um problema exclusivo do governo americano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou pela primeira vez apreensão com o cenário econômico mundial e com os efeitos no Brasil. Ontem, em encontro de presidentes sul-americanos em Manaus, Lula mudou o tom do discurso:

— A crise é muito séria e tão profunda que nós ainda não sabemos o tamanho.

Embora tenha reiterado que a situação econômica esteja mais favorável ao Brasil agora do que na década de 90, quando as economias emergentes sofreram o impacto de sucessivas crises internacionais, Lula declarou temer ver o país sofrer as conseqüências dos erros de outros países.

— Poderemos correr riscos, porque uma recessão mundial pode trazer prejuízo para todos nós. Entretanto, estamos mais sólidos, mais precavidos. Eu estou apreensivo com a crise porque o Brasil é um país exportador, porque quer continuar crescendo — afirmou o presidente.

Lula assegurou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) continuará e que não faltarão recursos ao Banco do Brasil e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento das exportações. Para o presidente, este é o momento de se acreditar no Brasil e no seu mercado interno.

Sobre a decisão dos parlamentares americanos de rejeitar o pacote de ajuda de US$ 700 bilhões ao setor financeiro, Lula atribui ao clima eleitoral e manifestou esperança de que as medidas acabem aprovadas.

— Estou torcendo para que o governo, o Congresso, os empresários e o povo americano encontrem uma saída. É como se eu recebesse a notícia de que um amigo meu está internado no hospital. Eu não estou doente, mas fico apreensivo com o que pode acontecer — completou.

Lula nega criação de gabinete de crise

O presidente informou que vai manter reuniões periódicas com os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Miguel Jorge, além do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para avaliar o andamento da crise e seus efeitos no Brasil. Rejeitou, no entanto, a interpretação de que tenha criado uma equipe para enfrentar o problema.

— Não existe uma espécie de gabinete de crise. Eu tenho, não sei se o defeito ou a virtude, de sistematicamente convidar o ministro da Economia e o presidente do BC para conversas. Mas não é de agora, não. É de sempre — afirmou.

O presidente Lula e a crise

16 de setembro

— Que crise? Vai perguntar pro Bush!

18 de setembro

— Bancos muito importantes passaram a vida medindo o risco desse país. Esses palpiteiros é que estão quebrando.

22 de setembro

— Graças a Des a crise americana não atravessou o Atlântico.

30 de setembro, ontem

— A crise é muito séria. (...) Estou apreensivo porque o Brasil é um país exportador, que quer continuar crescendo.

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