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 | 30/09/2008 13h32min

Chávez: crise financeira será pior do que a de 1929

O presidente da Venezuela participa de reuniões com Lula em Manaus

Atualizada às 22h48min

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, declarou nesta quinta em Manaus que a crise financeira americana "vai ser pior do que a de 1929". Ele está na capital do Amazonas para um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

— Vai afetar o mundo inteiro. Nenhum país pode dizer que não será afetado — afirmou à imprensa.

Chávez classificou a crise como o "crash do neoliberalismo" e, ao ser questionado sobre sua contaminação nas economias sul-americanas, defendeu que "felizmente" a região tem líderes como Lula, o casal Kirchner, na Argentina, e Evo Morales, na Bolívia, além da "revolução bolivariana" na Venezuela.

— Estamos nos desenganchando (da política neoliberal) há muitos anos — insistiu ele, apesar de a orientação da política econômica brasileira não ter conotação contrária ao neoliberalismo. Chávez mostrou especial preocupação com as possíveis quedas do crescimento econômico dos países da América Latina e do preço das matérias-primas (commodities) alimentares e minerais e do petróleo.

Aproveitou para culpar o "imperialismo" americano e a "irresponsabilidade" do governo dos Estados Unidos e do "capitalismo selvagem"

— É um furacão, cem furacões — resumiu.

— O mundo jamais voltará a ser o mesmo depois desta crise. Esta crise fará surgir um mundo novo, pluripolar, a independência de nossos países, a soberania de nossos países — insistiu.

Para Chávez, a "melhor estratégia" para reduzir a contaminação da crise americana nas economias da região será uma "ofensiva" na integração e na cooperação entre os países sul-americanos, e em acordos bilaterais e multilaterais na área de financiamento.

— É importante que cada país revise sua situação e os riscos que correm. Ninguém sabe até onde vai chegar este crash — afirmou.

Bolsa de Caracas

Ao analisar o comportamento do setor financeiro mundial ontem, quando as bolsas de valores caíram em conseqüência da desaprovação do pacote de ajuda de US$ 700 bilhões do governo americano pelo Congresso do país, Chávez afirmou que a discussão sobre esse cenário tornou-se obrigatória:

— A única (bolsa de valores) que cresceu ontem foi a de Caracas porque está desconectada totalmente da bolsa de Nova York — registrou ele.

Para o encontro com o presidente Lula, Chávez afirmou que apresentará um documento sobre a "ativação" do Banco do Sul, o projeto de banco sul-americano de fomento. Trata-se de mais uma das idéias de Chávez que acabou se perdendo no processo de negociação, ainda em aberto.

— É uma proposta que a Venezuela vem fazendo há quase uma década — reconheceu.

— O Banco do Sul, através de fundo de financiamento, de cooperação, será um instrumento para assegurar o desenvolvimento dos nossos povos e para nos desengancharmos, definitivamente, do nefasto sistema neoliberal que está acabando com o mundo — completou.

Agência Estado
Raimundo Valentim, EFE / 

Lula e Chávez se encontram para tratar da crise norte-americana
Foto:  Raimundo Valentim, EFE


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