A Comissão Européia (CE, órgão executivo da União Européia) mostrou nesta terça-feira sua "decepção" com a rejeição parlamentar ao plano de resgate planejado por Washington para enfrentar a crise financeira, e deixou claro que os Estados Unidos devem "assumir sua responsabilidade".

O porta-voz chefe do Executivo da União Européia (UE), Johannes Laitenberger, insistiu em que as turbulências nos mercados mundiais tiveram origem nos EUA, por isso este país tem uma "responsabilidade especial" na resolução da crise.

A CE confia em um rápido acordo que permita começar a aplicar o plano de resgate, disse Laitenberger, que ressaltou que disso depende o destino não só dos EUA, mas de todo o mundo. O porta-voz destacou que as autoridades européias estão assumindo sua responsabilidade, com ações, em alguns casos coordenadas, para apoiar o setor financeiro e mostrando compromisso com a cooperação em nível internacional.

Nesse contexto, referiu-se à operação de resgate anunciada hoje para ajudar o banco franco-belga Dexia e à decisão do Governo irlandês de garantir durante os próximos dois anos todos os depósitos dos seis bancos do país.

Também lembrou que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, cujo país está atualmente na Presidência da UE, convocou um encontro internacional com a presença dos líderes do G8 (sete países mais desenvolvidos e a Rússia) e outros representantes internacionais, para definir uma resposta à crise financeira.

Além disso, para preparar essa cúpula, organizará nos próximos dias, em Paris, uma reunião com os países europeus representados no G8 - Alemanha, França, Itália e Reino Unido - e os presidentes do BCE, Jean-Claude Trichet; da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.

— Não há vontade alguma de restrição — disse o porta-voz, ao ser perguntado pelos convidados às duas reuniões.

O objetivo é trabalhar de maneira conjunta e com eficácia. disse Laitenberger, acrescentando que a UE terá outra ocasião para fixar uma posição comum sobre os problemas nos mercados, no Conselho Europeu que os reunirá em Bruxelas em 15 e 16 de outubro.