Em 31 de agosto, Fernando Carvalho previu: "anota aí e me cobra depois: hoje é 3 de setembro. Em um mês, tudo estará diferente". O Inter acabava de ser derrotado pelo Sport na Ilha do Retiro e via o rival Grêmio disparar na liderança do Brasileirão com cinco pontos de vantagem para o segundo colocado, o Palmeiras.

Confira vídeo com depoimentos da dupla Gre-Nal: 

Foi o setembro dos sonhos de Carvalho: o Inter venceu três partidas consecutivas — Portuguesa, Botafogo e Vitória — e passou a mirar uma vaga na Libertadores da América. Por outro lado, o Olímpico viveu momentos de turbulência: foram dois empates — Fluminense e Atlético-PR— e uma derrota em casa para o Goiás. O centroavante Marcel, do Grêmio, é direto:

— Foi um mês difícil, jogamos duas partidas fora de casa e tivemos uma derrota aqui dentro que não esperávamos. O importante é terminar o mês bem, se a gente vencer esse jogo aí vamos consolidar a liderança e dar seguimento nessa boa campanha — acredita o atacante.

A mudança no clima do Beira-Rio é evidente, e não é em função da chegada da primavera. Entre si, os jogadores comentam que "agosto foi o mês do desgosto", como revelou Magrão. Nas entrevistas, sorriem ao ouvir o enunciado das perguntas sobre a nova fase e dão declarações como a do volante Edinho:

— Estamos pegando cara de time.

O sempre calmo e alegre goleiro Victor ri com o canto da boca sobre o setembro gremista. O camisa 1 menos vazado do Brasileirão acredita que a fase é uma "coincidência".

— Não temos conseguido manter o aproveitamento do primeiro turno. São coisas que acontecem. O futebol está muito equilibrado e é natural que as equipes acabem estudando o Grêmio e busquem alternativas — diz Victor.

— Aproveitamento é assim mesmo, o campeonato é longo. A gente já dizia isso antes de o Grêmio ter esse desequilíbrio — completa o técnico Celso Roth.

Magrão admite que o desempenho ainda está longe do ideal, mas comemora a mudança nos resultados. Tite credita a melhora à possibilidade de repetir a escalação, como ocorreu contra Botafogo e Vitória e o trio Nilmar, D'Alessandro e Alex foi o destaque da partida.

— Posso te afirmar que não foram mais de cinco jogos que Nilmar, D'Alessandro e Alex jogaram juntos. Se contar os minutos, não deve chegar a 270. O entrosamento é necessário — disse o técnico.

Seja bom ou ruim, é bom lembrar que setembro não acabou. E para piorar — ou melhorar, uma vez que clássico é conhecido por "arrumar a casa" — domingo, às 18h10min, no Beira-Rio, tem Gre-Nal.

Confira gráfico com o serviço completo do jogo: