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 | 15/09/2008 13h16min

Crise financeira nos EUA poderá ficar pior, diz Mantega

Ministro não acredita que crise americana possa afetar a economia do Brasil

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a crise financeira norte-americana poderá ficar um pouco pior do que o previsto, a partir dos fatos novos surgidos hoje, sobretudo com o pedido de concordata do quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers.

— Estamos numa crise bastante séria, a maior depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que deve reduzir o crescimento dos Estados Unidos, Europa e Japão. Isso deve gerar algumas conseqüências, como encarecimento do crédito devido ao menor volume de recursos destinados pelas instituições financeiras internacionais a esta finalidade. A redução do nível de atividade mundial pode até provocar uma deflação (nas principais economias do planeta). As economias avançadas são o epicentro de um terremoto financeiro — avaliou.

Mantega ressaltou que a seriedade da crise, que já ocorre desde agosto do ano passado, não permite fazer prognóstico sobre em quanto tempo acabará.

— A questão é saber até que ponto essa crise vai gerar uma retração do crescimento da economia mundial e até que ponto isso vai gerar conseqüências para o Brasil e outros países emergentes. Contudo, acredito que o Brasil deve crescer entre 5% e 5,5% neste ano, e próximo de 4,5% em 2009 — declarou, durante o 5º Fórum de Economia, promovido pela Escola de Economia de São Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.

Mantega manifestou tranqüilidade com o quadro econômico e financeiro do Brasil, apesar de reconhecer que houve uma piora da crise financeira nos Estados Unidos.

— Não devemos nos precipitar. Estou tranqüilo, seguro de que poderemos enfrentar uma crise de mais longa duração e mais profunda do que imaginávamos. Hoje, o Brasil é um outro País, bem mais desenvolvido que no passado, com fundamentos macroeconômicos mais sólidos, com US$ 200 bilhões de reservas cambiais. Não devemos nos impressionar com um ou dois dias (de tensão no mercado). O problema é lá, e não aqui. Não devemos tomar nenhuma medida precipitada porque a situação no Brasil está sob controle — avaliou.

Desafios

Para Mantega, o fato de o Brasil estar passando por um momento de crise de uma forma positiva será visto no futuro como um fato inédito.

— No geral, o Brasil sucumbiu a todas as outras crises, pois o País era mais vulnerável, disse, citando a crise de 29, a crise do petróleo na década de 70 e as crises internacionais da década de 90. Ouso dizer que o crescimento será sustentando — afirmou, ressaltando que a população está satisfeita com o governo que tem, que os empresários estão otimistas, e que há confiança em relação ao presente e ao futuro.

— As riquezas petrolíferas são inequívocas e nos tornarão grandes exportadores de petróleo. Antes disso, porém, é preciso muito investimento. Essa é mais uma razão para manter o crescimento — disse.

Agência Estado
 
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