O número de mortos no confronto armado entre opositores e partidários do presidente Evo Morales ocorrido nesta quinta-feira no norte da Bolívia subiu para oito. O vice-ministro de Coordenação com Movimentos Sociais boliviano, Sacha Llorenti, afirmou, em entrevista coletiva, que há oito corpos no necrotério de Cobija, a capital do departamento de Pando, em conseqüência deste enfrentamento, que deixou também cerca de 30 feridos, segundo um meio de comunicação local.

Informações da área do enfrentamento, que durou o dia todo, indicam a possibilidade de mais vítimas, cujos corpos ainda não teriam sido recolhidos.

O vice-ministro disse que é um "massacre cometido contra camponeses" por "sicários" e "funcionários do governo" de Pando, que estavam com "armas de guerra".

Llorenti responsabilizou o governador de Pando, o opositor Leopoldo Fernández, por estas mortes e denunciou que os autores atacaram os camponeses quando um grupo de militares intermediava para evitar o choque violento.

A onda de distúrbios e violência registrada pelo terceiro dia consecutivo na Bolívia teve hoje como principal palco a localidade de Porvenir, em Pando, onde esta madrugada um grupo de camponeses simpatizantes do governo foi bloqueado por opositores quando iam ao município da Filadélfia.

Em Porvenir aconteceu um enfrentamento armado entre os dois grupos que deixou, por enquanto, oito vítimas, entre elas um engenheiro do governo, um vereador da localidade e dois camponeses. Fontes do governo de Pando disseram que, além disso, a polícia deteve 12 pessoas relacionadas a este fato.

Este confronto aconteceu em meio aos protestos violentos que ocorrem na Bolívia há duas semanas, e que se intensificou nos últimos três dias, com confrontos entre civis, saques de instituições públicas e privadas, e batalhas campais entre várias cidades do país.