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 | 09/09/2008 18h02min

Opositores bolivianos invadem indústria que distribui gás para o Brasil

Protestos contra o governo de Evo Morales se intensificaram em quatro das nove províncias do país

Grupos opositores ao governo de Evo Morales ocuparam nesta terça-feira uma indústria que distribui gás natural para o Brasil, operada por uma companhia franco-brasileira. Enquanto isso, radicalizam-se os protestos contra o governo em quatro das nove províncias do país.

Moradores do povoado de Villamontes, na província de Tarija, a 1.200 quilômetros a sudeste de La Paz, entraram à força na fábrica distribuidora de gás da empresa Transierra, formada pela estatal brasileira Petrobras, pela francesa Total e pela boliviana Andina. Não foi confirmado se o fornecimento foi interrompido. Consultada pelo G1, a assessoria de imprensa da Petrobras disse que ainda não tem informações sobre o caso.

Hugo Muñoz, assessor da Transierra, disse que uma equipe de peritos iria ao local para ver se houve danos. Felipe Moza, representante dos opositores, disse que quatro válvulas foram fechadas, interrompendo o desvio de gás para o Brasil.

— Vamos cortar o envio de gás ao Brasil e à Argentina. Não é possível que estes países estejam pagando tanto pelo gás boliviano e nós, bolivianos, não sabemos para onde vai o dinheiro — disse ao G1 por telefone David Sejas, líder da União Juvenil de Santa Cruz, um dos grupos opositores a Morales.

Sejas e seu grupo bloqueiam desde segunda-feira (8) postos alfandegários na fronteira da Bolívia com o Brasil e diz que as ocupações são por "tempo indeterminado".

— Pedimos desculpas à comunidade internacional. Pedimos que nos compreendam, porque queremos conservar a democracia em nosso país, dividido pelo governo — declarou ao G1.

Protestos

Villamontes é um dos povoados das três províncias produtoras de gás do Chaco boliviano, nos departamentos de Santa Cruz, Tarija e Chuquisaca, próximas a Argentina e Paraguai, que há três semanas realizam protestos e fechamento de estradas contra o governo de esquerda de Morales.

Os protestos se intensificaram nos últimos dias, particularmente nas cidades de Santa Cruz, Tarija, Trinidad e Cobija, com invasões de ao menos uma dezenas de prédios públicos e de três aeroportos domésticos.

O principal motivo dos protestos é a oposição à nova Constuição proposta por Evo, que, segundo os oposicionistas, tem um caráter "indigenista e estatista". Eles também pedem que o governo devolva parte do imposto cobrado sobre o petróleo e pedem mais autonomia regional. O governo argumenta que há uma "escalada de violência" que "beiram à ilegalidade".

As informações são do site G1

Clemente Eugenio, EFE  / 

Moradores do povoado de Villamontes tomaram a indústria que distribiu gás para o Brasil
Foto:  Clemente Eugenio, EFE


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