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 | 08/09/2008 12h19min

Bancos centrais dos países mais ricos prevêem enfraquecimento da economia global

Os representantes dos Bancos centrais estão na Basiléia para o encontro bimensal

O presidente do Banco Central Europeu (BCE) e porta-voz do Grupo dos Dez (G10, os países mais industrializados do mundo), Jean-Claude Trichet, previu hoje na Basiléia (Suíça) um enfraquecimento maior da economia global e uma taxa de inflação muito alta.

Em entrevista coletiva realizada após a reunião dos bancos centrais dos países do G10, Trichet deu as boas-vindas ao resgate estatal das gigantes do setor de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac, que têm os títulos da metade de toda a dívida hipotecária nos Estados Unidos no valor de mais de US$ 11 trilhões.

— Tomamos nota da decisão do Tesouro americano e do secretário Henry Paulson de resgatar o Fannie Mae e o Freddie Mac. Foi uma decisão muito importante e é bem-vinda considerando as circunstâncias — disse Trichet.

O Governo dos EUA intervirá nas duas entidades hipotecárias com uma injeção de liquidez de US$ 200 bilhões.

Os representantes dos bancos centrais do G10 se reúnem a cada dois meses na sede do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) na Basiléia, para analisarem a situação das economias de seus países.

— O crescimento da economia global continua sendo robusto e significativo, apesar de ser visível certo grau de arrefecimento em um nível global — afirmou o presidente do BCE.

Trichet destacou a resistência de algumas economias emergentes com um ritmo de crescimento alto, mas disse que os bancos do G10 também observam um pequeno enfraquecimento nestas regiões.

Os representantes dos bancos centrais do G10 concordaram que é essencial manter ancoradas as expectativas de inflação, que é muito alta em nível global neste momento.

Neste sentido, acrescentaram que sua atuação visa evitar que a inflação crie efeitos secundários e uma espiral de preços e salários que não se ajustem à definição de todas essas entidades de "estabilidade de preços implícita ou explicitamente".

Na semana passada, o BCE manteve os juros em 4,25% ao ano para os países da zona do euro e estabelece como meta uma taxa de inflação próxima, mas sempre abaixo de 2%.

Os analistas vêem "uma correção muito significante dos mercados financeiros com um elevado nível de volatilidade" que começou no início do ano passado, e que é necessário manter o alerta para fazer o que for necessário para que esse processo se dê da maneira mais ordenada possível, de acordo com Trichet.

Trichet disse, ainda, que todos os bancos centrais, cada um com sua economia, fizeram o que tinham que fazer e esclareceu que, "quando se intervém nos mercados financeiros (com injeções de liquidez)", não foi dito que as tensões desapareceriam.

Os bancos centrais do G10 observam a persistência das diferenças de comportamento em todos os mercados de divisas entre depósitos para três meses e os respectivos juros de troca (swaps) para um dia, o que indica que pode haver uma normalização de forma muito diferente da de antes nos dois lados do Atlântico, segundo Trichet.

Os países-membros do G10 - grupo que é formado na realidade por 11 países e que concentra 85% da economia mundial - são: Alemanha, Bélgica, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Holanda, Reino Unido, Suécia e Suíça.

EFE
 
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