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 | 05/09/2008 09h13min

Brasil não vai reabrir negociação do Tratado de Itaipu com o Paraguai

No entanto, governo brasileiro estaria propenso a analisar uma melhor compensação ao país vizinho

O governo de Fernando Lugo, do Paraguai, receberá o primeiro "não" oficial do Brasil à sua ambição de reabrir o Tratado de Itaipu. A negativa será expressa nesta sexta-feira pelo chanceler Celso Amorim a seu novo colega paraguaio, Alejandro Hamed, durante encontro no Itamaraty.

Mas será acompanhada por uma diplomática ponderação: o governo brasileiro estaria propenso a analisar uma melhor compensação ao Paraguai e a impulsionar investimentos brasileiros no país vizinho.

Em contrapartida, Amorim deverá tocar um tema sensível nas relações bilaterais — a aprovação de Lugo ao Acordo sobre Residência para Nacionais dos Estados Partes do Mercosul, que poderá pôr fim às recorrentes ameaças aos cerca de 200 mil brasileiros que vivem no Paraguai.

Assinado em 1973, o Tratado de Itaipu tornou-se munição na política interna do Paraguai nos últimos quatro governos. Durante sua campanha eleitoral, o ex-bispo Fernando Lugo valeu-se exaustivamente da necessidade de arrancar do Brasil a mudança nos termos do documento, como meio de seduzir o eleitorado.

Já eleito, em maio passado, Lugo antecipou que pretendia receber anualmente US$ 1,5 bilhão pela parcela da energia elétrica paraguaia gerada em Itaipu e vendida ao Brasil. A cifra é 5,5 vezes maior que a desembolsada pelo Brasil desde o início de 2007, de US$ 275 milhões ao ano.

O governo brasileiro repetiu respostas negativas aos pleitos de revisão do Tratado. Resiste especialmente a qualquer mudança no artigo 13, que prevê que a energia gerada em Itaipu seja compartilhada somente pelos seus dois sócios. Dessa forma, opõe-se à ambição de Lugo de vender a cota de energia paraguaia a outros vizinhos, entre os quais a Argentina.

Agência Estado
 
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