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 | 29/08/2008 07h20min

Treinamento sofisticado marca a preparação de animais para competições

Exame antidoping, implantado neste ano, reforça a necessidade de profissionalização

Assim como o corredor tem sapatilhas especiais para absorver o impacto da pisada, os cavalos usam palmilhas e gel entre a ferradura e o casco. Da mesma forma que os jogadores de futebol fazem pré-temporada para chegar ao fim do campeonato cheios de fôlego, os animais têm treinamento escalonado para atingir o ápice da forma em provas que testam técnica e desempenho físico. A mais popular delas, o Freio de Ouro, ocorre desta sexta a domingo, reunindo 44 machos e 44 fêmeas na Expointer.

Os cavalos que participam de competições são tratados como atletas. É com conhecimento de causa que o veterinário Fernando Gonzales, que atende 11 classificados para a final do Freio, faz essa constatação. Aos 18 anos, ele participava de disputas de atletismo e chegou a ser campeão brasileiro na prova de 110 metros com barreiras. Hoje, aos 38, aplica tratamentos e dá orientações semelhantes às que recebia como corredor.

— A tecnologia cada vez se aproxima mais da usada com humanos — garante Gonzales.

Ex-jogador de handebol, Flávio De la Corte, hoje professor adjunto da Universidade Federal de Santa Maria, diz que o treinamento varia conforme as exigências de cada prova, da raça, e leva pelo menos oito meses. No caso da prova máxima da raça crioula, a preparação é dividida em etapas da credenciadora à final, aumentando o ritmo de trabalho.

— Tentamos fazer com que na classificatória o cavalo esteja com 70% da capacidade, para chegar a 100% na final — explica Gonzales.

Aquecimento, alongamento e resistência tornam-se fundamentais. Tudo isso se consegue por meio de quase 25 minutos de trote e tranco antes de começar o serviço. Dieta equilibrada e rações para os competidores também fazem parte da preparação. O presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, Henrique Teixeira, acrescenta que o exame antidoping, implantado neste ano, reforça a necessidade de profissionalização. Diante da impossibilidade de usar remédios como corticóides contra inflamação, por exemplo, a medicina veterinária preventiva é essencial.

A infra-estrutura também ajuda a driblar eventuais contratempos. Com a profissionalização da preparação, a disputa tende a ficar mais acirrada.

— Antes, alguns (ginetes) ganhavam sempre. Hoje, tem 15 ou 20 treinadores com mesmo nível de equitação e treinamento que podem disputar (o Freio) — diz o ginete Zeca Macedo, de um centro de treinamento em Rio Grande.

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