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 | 28/08/2008 03h34min

Indústria brasileira reage para concorrer com importados

Empresas se aprimoram para competir no mercado interno e externo

A valorização do real em relação ao dólar está obrigando empresas brasileiras que concorrem com produtos importados a reduzir custos e preços para competir no mercado nacional.

De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 91% dessas companhias brasileiras tiveram de adotar algum tipo de estratégia para concorrer com produtos vindos de fora. Mesmo assim, duas em cada três indústrias perderam participação no mercado doméstico.

A sondagem feita pela entidade mostra que o dólar barato fez com que um terço das empresas que concorrem com importados baixasse seus preços. Além disso, 50% das pesquisadas informaram ter reduzido custos. Ainda houve melhora também na qualidade do similar nacional de 35% das companhias.

A reação também veio das exportadoras, das quais 78% adotaram alguma estratégia para estimular as vendas externas. Quase metade (48%) apontou a redução do custo como estratégia fundamental para manter seus embarques.

“A redução de custos e o aumento da produtividade não é apenas a estratégia prioritária para melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado doméstico, mas também para melhorar a competitividade no Exterior”, informa o estudo da CNI.

A segunda estratégia mais destacada para estimular exportações é a busca por novos mercados: 42% assinalaram essa opção. O percentual sobe para 45% entre as grandes.

A redução dos preços ou da margem de lucro é a terceira opção mais destacada, por 26% das empresas entrevistadas.

Segundo a confederação, no Brasil, 38% das companhias são exportadoras. Metade delas deixou de exportar ou perdeu participação no mercado internacional nos últimos 12 meses pela queda do dólar. A outra metade conseguiu se manter no mercado.

O gerente executivo da unidade de política econômica da CNI, economista Flávio Castelo Branco, destacou que os efeitos do câmbio não são iguais em todos os segmentos ou portes de empresa. As grandes se posicionam mais fortemente e têm maior capacidade de reação.

Para Castelo Branco, as medidas adotadas pelo governo para ajudar os setores mais afetados pela valorização da moeda não tiveram uma intensidade suficiente para compensar a perda de competitividade provocada pelo câmbio.

Em relação às desonerações tributárias, o economista disse que têm sido tímidas e o maior problema ainda não foi atacado: a geração de crédito pela desoneração de ICMS das exportações. Isso porque as empresas não conseguem utilizar esse benefício e, assim, estão limitando a quantidade exportada para não ficar “com o mico na mão”, disse Castelo Branco.

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