O som de marteladas, serras e maçaricos irá recepcionar as estrelas da Expointer. Enquanto operários ainda montam estandes e retocam pavilhões, os 6.148 animais de elite inscritos na 31ª edição da maior feira da agropecuária gaúcha – que ocorre de 30 deste mês a 7 de setembro – começam a povoar, a partir desta segunda, dia 25, o Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, no Rio Grande do Sul. O portão 8, por onde entram os animais, foi aberto às 6h.

Por volta das 4h, o primeiro animal chegou ao Parque de Exposições. A égua Divisa da São João do Buriti, da raça crioula, foi trazida de Campos Novos, em Santa Catarina, para participar do evento. No ano passado, o animal veio para competir na prova morfológica da raça crioula e saiu como a terceira melhor potranca menor da Expointer.

Após conferência da documentação e o exame visual feito pelos veterinários do parque, os animais serão dirigidos aos pavilhões das raças, onde aguardarão os julgamentos e os leilões da feira. Nesse domingo, dia 24, os pavilhões pareciam prontos para receber as estrelas da festa. No portão 8, só falta a cobertura de lona. A movimentação de operários se concentrava nos estandes de expositores, onde ainda há muito trabalho a ser feito. Uma das poucas obras em andamento nas áreas destinadas aos animais é a construção de 52 baias de cavalos árabes.

Animais de outros Estados e do Exterior voltam a participar da feira, num total de 594 estrangeiros. Bovinos e ovinos do Uruguai, por exemplo, retornam após uma década de ausência. Outro destaque é a participação da raça eqüina friesian, vinda dos EUA.

O prazo final para o ingresso dos animais é meia-noite de sexta-feira. Já os 1.684 rústicos ficarão apenas um dia no parque – chegam domingo, dia 31, e saem no dia seguinte.

Com o desembarque das cabanhas no parque Assis Brasil começa também o embate para garantir que os peões não durmam no pavilhão dos animais. Auditores do Ministério do Trabalho e representantes do Ministério Público do Trabalho farão uma inspeção nesta terça, dia 26, para conferir o que está sendo providenciado para cumprir a legislação trabalhista. As estruturas para dormitório são o principal foco.

Alternativas como o acampamento no parque serão permitidas, desde que seguidas algumas regras. Conforme Sérgio Augusto Garcia, auditor do Ministério do Trabalho, as barracas devem ter quartos e estrutura mínima para troca de roupa e lanche. Também será avaliada a condição de uso da pista C como alojamento para até 40 tratadores, como sugerem ovinocultores.

Nesta terça haverá uma reunião da comissão permanente da Expointer, em Esteio. Mas o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Sperotto, acredita que o assunto é página virada. Ele chegou a programar uma audiência com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mas desistiu após sinais, segundo ele, de flexibilização das exigências.