A duas semanas do início da Expointer, cresce a possibilidade de que cabanhas desistam de participar da feira. As exigências trabalhistas como a proibição dos peões dormirem nos pavilhões de animais, alegam as federações de criadores, causarão dificuldades operacionais e novos custos.

Conseqüentemente, poderá haver redução do total de animais em julgamentos, provas e leilões entre 30 de agosto e 7 de setembro, no parque Assis Brasil, em Esteio.

— Para não se incomodar, tem muita gente pensando em desistir. Tenho recebido diversos telefonemas nesse sentido, principalmente de cabanhas que trazem menos animais — explica José Pires Weber, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Raça (Febrac).

A Secretaria da Agricultura já admite: a diferença entre exemplares inscritos e os que acabam participando da mostra pode aumentar. Normalmente, segundo o chefe de exposições e feiras da Expointer, José Arthur Martins, essa quebra oscila entre 15% e 20%. Com previsão de 1,8 mil rústicos e 6.148 exemplares de elite confirmados, a feira pode não chegar aos 8 mil projetados.

Na segunda-feira, a Federação da Agricultura do Estado faz uma nova reunião. Representantes de associações de criadores criticaram o fato de terem sido informados sobre as exigências somente agora, às vésperas do começo da exposição, quando o alerta foi feito há um ano.

— Os expositores foram os últimos a saber e, agora, estão sendo crucificados — reclamou Fernando Lopa, presidente da Associação Brasileira de Hereford e Braford, ao apontar problemas que terão de ser equacionados, entre os quais a falta de segurança.

De acordo com o diretor do parque, Paulo Demoliner, o efetivo da Brigada Militar será aumentado de 180 para 250 policiais no período da exposição.

Ontem, a Construtora Bolognesi informou que, por causa das chuvas, será possível concluir o asfaltamento de apenas uma das duas vias do trecho de 800 metros da nova avenida que ligará a BR-116 ao estacionamento do portão 15.