Sebastião Garcia, de Buenos Aires - Argentina  |  reportagem@canalrural.com.br

A histórica dependência do Brasil à produção Argentina de trigo deve ser um dos temas do encontro do Presidentes Lula e Cristina Kirchner. O presidente brasileiro deve chegar ao território argentino neste domingo. Nesta semana, o governo argentino anunciou a liberação de 900 mil toneladas de trigo para exportação. O Brasil é o principal cliente, seguido da Venezuela e da Bolívia.

O presidente do Serviço Nacional para Controle Comercial de Produtos Agropecuários, Ricardo Echegaray, justificou a medida e garantiu que não se trata de uma política do governo Cristina Kirchner para recuperar a credibilidade com os produtores rurais.

– O governo nacional assumiu a presidência com o objetivo político voltado para o desenvolvimento produtivo, reconstrução da industria nacional e redistribuição da riqueza para não concentrar em determinados grupos.

Mas a defesa da medida e do governo não é unânime. Dirigentes da Associação Argentina de Produtores de Trigo disse à imprensa local que a liberação de vendas de trigo para o mercado internacional não deve ter qualquer impacto. De acordo com as lideranças, a Argentina está perdendo a credibilidade.

Ricardo Echegaray pouco comentou a avaliação. Disse apenas que a ampliação das exportações é conseqüência do excesso de produção.

– O que se pretende é assegurar o abastecimento da moagem de farinha na argentina. Hoje temos um excedente para exportação na ordem de 900 mil toneladas.

E acrescentou:

– O beneficio é para a argentina e para o país que importa. Porque garantimos o alimento para os argentinos e exportamos para colaborar com os países vizinhos.

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