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 | 24/07/2008 21h11min

Posse para segundo mandato na Fiergs traz Alencar e Dilma à Capital

Em discurso na cerimônia, Paulo Tigre destacou a ética e não comentou a alta de juros nem a inflação

Atualizada em 25/07/2008 às 04h39min Marta Sfredo  |  marta.sfredo@zerohora.com.br

Embalada pela recuperação do setor produtivo gaúcho e pela presença inédita de um presidente da República em exercício, a posse de um dirigente do sistema Fiergs/Ciergs (Federação e Centro das Indústrias do Estado) nunca foi tão prestigiada nos últimos anos. Paulo Tigre ocupa o cargo pelo segundo mandato consecutivo.

Além de José Alencar (Luiz Inácio Lula da Silva está em Lisboa, participando de encontro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, compareceu à solenidade ontem à noite no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. Tão valorizada por representantes de peso do Planalto, a cerimônia também serviu de palco para anúncios importantes para o Estado (veja texto nesta página).

Houve até efeito especial na solenidade com participação da governadora Yeda Crusius, do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, e de 21 presidentes de federações de indústrias, entre centenas de empresários. Quando Tigre agradeceu o apoio das pessoas que o reelegeram para a nova gestão até 2011, uma tela se abriu atrás do dirigente e 107 representantes de entidades empresariais gaúchas apareceram sentados na parte de trás do palco. Foi uma cena impactante.

Tigre não falou de juro, nem de inflação, dois assuntos que dominam a pauta econômica. Preferiu a ética. Citou a palavra quatro vezes e só foi interrompido por aplausos ao cumprimentar Yeda pelo fato de o Rio Grande do Sul estar se aproximando do déficit zero.

— O que nos anima nesta segunda caminhada é o clamor que vem de toda a sociedade pela ética. Por isso, o jogo não está perdido — disse Tigre para uma platéia de 1,2 mil pessoas.

Contumaz crítico do juro alto, Alencar não deixou o assunto de fora. Provocado por jornalistas depois de um encontro reservado com o presidente reeleito da Fiergs, disse que o nível atual é um absurdo e insistiu, durante o discurso de encerramento, que a política do Banco Central está "equivocada". Disse concordar com a possibilidade de redução das despesas públicas como instrumento auxiliar de combate à inflação, mas lembrou que o maior gasto do governo é o juro para a rolagem da dívida.

— Sou a favor da economia. Fecho as torneiras para escovar os dentes — comparou, sem detalhar como o governo poderia fazer o mesmo.

Monteiro Neto, da CNI, aproveitou a platéia representativa do governo federal para dar seu recado:

— As empresas enfrentam um ambiente hostil. As reformas estruturais - tributária, previdenciária e trabalhista - demandam uma forte ação política para identificar o momento para impulsioná-las. Nas atuais circunstâncias, a oportunidade se limita à reforma tributária.

Ganhou apoio de Alencar, que criticou o "cipoal tributário do país". A governadora Yeda, em seu pronunciamento, adiantou que enviará para a Assembléia, no próximo mês, a lei do Simples gaúcho, que prevê redução de alíquota do ICMS para empresas com faturamento anual de até R$ 240 mil. A medida poderá ser implantada a partir de outubro, afirmou. A proposta inicial do governo era que a vigência começasse apenas em janeiro do próximo ano. O avanço se deveu à pressão empresarial.

 
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