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 | 24/07/2008 19h30min

Stephanes afirma que Rodada Doha mudará pouca coisa sob ponto de vista agrícola

Governo está dividido em relação às expectativas sobre a reunião

Sônia Campos, Brasília (DF)  |  reportagem@canalrural.com.br

As negociações da Rodada Doha avançaram em favor do Brasil. Os Estados Unidos cederam e aceitaram limitar os subsídios por produto, como vinham exigindo os países com forte produção agrícola. Mas apesar da boa notícia e do otimismo dos negociadores brasileiros, a madrugada desta quinta-feira, dia 24, foi marcada por um clima tenso devido ao impasse criado pela resistência dos países emergentes em abrir seus mercados para os produtos industrializados.

Na proposta, os Estados Unidos reduzem de US$ 48 bilhões para US$ 15 bilhões o apoio interno aos agricultores e também aceitaram criar um teto por produto, dentro da média dos subsídios dados entre 1995 e 2004, que é de US$ 13 bilhões por ano. Com esse acordo, os subsídios considerados abusivos como do algodão poderiam ser reduzidos de US$ 4 bilhões para US$ 550 milhões.

Criar limites para apoiar produtores de soja, algodão, açúcar e trigo é considerado por parte do governo brasileiro um dos maiores ganhos comerciais dessa negociação. O ministro da Agricultura, porém, não vê na proposta motivo para comemorações.

– O que os Estados Unidos gastam com subsídios é menos do que isso. Então isso na pratica isso [proposta de redução de subsídios] não altera em nada e também não retira, por outro lado, a barreira que eles [EUA] impõem para os nossos produtos chegarem lá – disse Reinhold Stephanes.

O ministro foi cético sobre a eficácia da Rodada Doha desde o inicio das negociações. Ele foi convidado diversas vezes, mas nunca participou dos encontros ministeriais. Segundo o ministro, os ganhos agrícolas são nulos se o Brasil atender as exigências e, em contrapartida, reduzir as taxas de importação de produtos industriais.

– São sete anos de discussões. Os avanços são muito pequenos, as propostas estão aparecendo de última hora e mesmo assim elas alteram pouco na prática. Quem vai decidir evidentemente se é vantajoso para o Brasil é o ministro de Relações Exteriores [Celso Amorim], mas sob o ponto de vista agrícola acredito que pouca coisa muda – concluiu.

CANAL RURAL

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