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 | 24/07/2008 02h49min

Preocupação com a Lei Seca chega à Expointer

Empresa de transporte privado foi autorizada a colocar 25 vans à disposição dos expositores durante o evento

Patrícia Meira e Thiago Copetti

A lei de tolerância zero ao álcool no trânsito, que tem levado motoristas a deixarem o carro em casa, evitarem bebidas alcoólicas ou procurarem alternativas de transporte, já abriu as porteiras da Expointer para o problema.

Famosa por seus leilões e eventos onde os drinques são tão tradicionais quanto cavalos e touros, a feira que se inicia no dia 30 de agosto está reagindo - positivamente - à nova legislação. Ontem, o governo do Estado autorizou uma empresa de transporte privado a colocar 25 vans à disposição dos expositores para o deslocamento de seus clientes e funcionários.

O serviço de transporte será oferecido em tempo integral, inclusive durante a madrugada, de forma inédita no evento. Empresas e associações de criadores poderão comprar tíquetes durante todo o período de duração da mostra no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, para quem precisar de transporte depois de ter ingerido algumas doses de álcool.

Foi da empresa Personal Giulian, atenta ao estilo festivo da Expointer e seus coquetéis, a iniciativa de procurar o governo do Estado para pedir autorização para prestar o serviço no parque, entre 30 de agosto e 7 de setembro. Serão colocadas 25 vans à disposição dos criadores e trabalhadores da exposição.

Se o número for insuficiente, a frota poderá ser ampliada, adianta Aldo Giulian, diretor da empresa, ciente de que serão muitos os brindes durante as comemorações e os remates no evento.

Até agora, nenhuma outra empresa procurou o Estado para apresentar serviço semelhante. Entretanto, outras propostas serão bem-vindas, segundo Paulo Demoliner, diretor do parque.

— É um serviço a mais, principalmente por causa do happy hour — explica Demoliner.

Tolerância zero deve alterar hábitos de participantes

Encontrar uma forma de evitar que criadores, peões, trabalhadores e convidados não infringissem a lei - e perdessem pontos na carteira ou fossem multados e até presos - já era uma preocupação que rondava o setor, segundo Henrique Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), uma das entidades que mais leilões realiza na Expointer.

— Já há criador pensando em contratar motorista particular para evitar problemas, e tem gente pensando em alugar um motor home para dormir em Esteio mesmo, e poder beber tranqüilamente, sem depois precisar sair do parque dirigindo — conta Teixeira.

Para o presidente da Federação das Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, a medida é adequada à nova realidade exigida pela lei.

— O governo se antecipou a um problema. Não tenho dúvida de que terá demanda.

Sperotto acredita, ainda, que a lei mudará os hábitos dos participantes e visitantes. Ou parte deixará o carro de lado ou usará mais transportes alternativos, como o trensurb.

Como funcionará o serviço

- A empresa Personal Giulian não venderá os tíquetes para transporte diretamente aos visitantes. O negócio será feito por meio de cotas de passagens compradas diretamente por empresas e associações expositoras.

- A passagem ida e volta custará aproximadamente R$ 50 e haverá em torno de 25 vans disponíveis, inclusive durante a madrugada. Se for preciso, a frota será ampliada.

- Segundo o coordenador de fiscalização da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Hélio Schreinert Filho, o serviço não deve repetir o problema criado na Capital entre bares, taxistas e EPTC, que divergem sobre a regularidade do transporte em vans na Capital. Schreinert explica que, no caso da Expointer, realizada em Esteio, o serviço é considerado como transporte de turismo.

- Para operar o transporte entre Esteio e outras cidades durante a Expointer, a empresa precisa estar com toda a documentação regularizada no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) e ter a autorização da Metroplan para prestar o serviço.

 
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