Os deputados federais e senadores eleitos no dia 6 de outubro tomam posse neste sábado, dia 1º, em Brasília. O novo Congresso teve uma renovação em média de 47,5% (46% na Câmara dos Deputados e 49% no Senado) e terá uma correlação de forças mais equilibrada em razão do crescimento dos partidos de esquerda e da redução das bancadas de direita.

A maior diferença ocorreu na participação do PT que passou de 59 para 91 deputados, tornando-se a maior bancada na Câmara. No Senado, o PT passou de sete para 14 senadores. Já partidos como PFL e PSDB tiveram uma redução no número de parlamentares.

Algumas bancadas mantiveram boa parte de seus parlamentares, que se reelegeram. O maior índice de ocorrência de um segundo mandato foi registrado no PPB, que de 49 deputados eleitos, apenas 16 são novos. O pior desempenho foi do PPS que conseguiu reeleger apenas quatro de seus 16 deputados.

Partidos pequenos também ganharam espaço na Câmara. O PV, por exemplo, que em 1998 não havia eleito nenhum parlamentar, ganha agora cinco vagas no plenário. O Prona, no vácuo da votação histórica de Enéas Carneiro (SP) – 1,5 milhão de votos – cresceu de um para seis deputados. 

O número de mulheres no Legislativo cresceu em 2003, passando de 35 representantes para 52, sendo 42 na Câmara e 10 no Senado. Outro destaque é o aumento no número de representantes sindicais que subiu de 44 para 60 parlamentares, sendo 55 deputados e cinco senadores. As bancadas de evangélicos, tributaristas e "cartolas" de futebol também cresceram, apontando a pluralidade cultural brasileira.

A posse dos deputados ocorre a partir das 15h. A eleição da nova mesa diretora da Câmara para o biênio 2003/2004 da 52ª Legislatura será realizada neste domingo.

Além dos 513 novos integrantes da Câmara, 54 senadores eleitos devem iniciar mandato às 11h no plenário da Casa. Segundo informações da Agência Senado, deste total, 40 cadeiras serão ocupadas por políticos que chegam pela primeira vez ao Parlamento ou retornam depois de uma longa ausência, como o ex-vice-presidente da República Marco Maciel (PFL-PE) e o ex-governador do Rio Grande do Norte Garibaldi Alves (PMDB). Os 14 restantes conseguiram se reeleger, incluindo o atual presidente do Senado e do Congresso Nacional, Ramez Tebet (PMDB-MS).