O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou que a negociação para destravar o comércio internacional, a chamada Rodada de Doha, marginaliza os países em desenvolvimento. Em artigo no jornal francês L’Humanité, ele acusou os países ricos de quererem apenas abrir mercados entre as nações menos desenvolvidas.

Na visão de Morales, se a Rodada de Doha fosse, de fato, uma negociação a favor do desenvolvimento, deveria ter garantido a participação dos países mais pobres em todas as reuniões. Ele critica o fato de que apenas cerca de 30 países foram convidados para o encontro desta semana, em Genebra, na Suíça.

Ele acredita que as negociações para destravar o comércio internacional estão superadas pelo que chamou de fenômenos atuais, como a crise dos alimentos, de energia e as mudanças no clima do planeta. O presidente boliviano defendeu o fortalecimento da agricultura familiar e sugeriu que o comércio exterior deve ser um complemento da produção local.