As exportações do setor do agronegócio devem se manter em alta neste ano, mas tendem a cair a partir do ano que vem. A diferença entre exportações e importações do setor já vive realidade semelhante à balança comercial do país como um todo: as vendas para o exterior crescem, mas em ritmo menor.

Na avaliação da RC Consultores, o que tem garantido o resultado das exportações do setor é a alta nos principais produtos agrícolas. A receita com as vendas externas, que estava em US$ 3 bilhões em janeiro de 2005, alcançou os US$ 5 bilhões no início deste ano. Para este ano, o faturamento deve ser de US$ 60,5 bilhões, projeta a consultoria.

– O país exporta um volume considerável com uma receita importante – analisou Fábio Silveira, da RC Consultores, em entrevista ao Agribusiness Online, nesta sexta-feira, dia 11.

Segundo ele, produtos como soja e carnes estão com preços considerados satisfatórios no mercado internacional.

Já em 2009, deve cair e ficar em torno de US$ 54 bilhões, na avaliação da RC Consultores. De acordo com Fábio Silveira, há uma expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos, que deve furar o classifica como bolha nos preços das principais commodities.

– Ainda que o Brasil aumente sua produção de grãos no ano que vem, vai se deparar com preços internacionais menores. Portanto, um esforço de exportação deve resultar em queda de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões.

Receita que pode ser ainda menor, explicou Silveira, caso a desaceleração da economia americana seja ainda maior que o previsto. Segundo o analista da RC Consultores, o cenário deve começar a ficar mais claro a partir de agosto, quando começam a ser divulgados os resultados relativos ao segundo trimestre deste ano das empresas listadas em bolsas de valores dos Estados Unidos.

Importações

Fábio Silveira disse que as importações do agronegócio também estão aumentando. Ele explicou que o movimento também é reflexo o clico de alta de preços de commodities no mercado internacional e tende a se ajustar.

– Quando o Brasil cresce, importa também um volume maior a preços maiores. Mas, à medida que o país desacelerar o crescimento no ano que vem, a tendência é de uma acomodação para baixo.

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