Com o objetivo de chamar atenção do governo federal à falta de espaço para colocar a produção da próxima safra, os vitivinicultores gaúchos decidiram ocupar hoje as ruas de Porto Alegre.

O protesto deverá envolver cerca de 3 mil produtores.

São em torno de 80 ônibus vindos da Serra transportando produtores familiares, vendedores de cantinas e líderes do setor. Segundo o presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin, o protesto poderá se tornar a maior mobilização do segmento.

— Tem mais gente do que esperávamos. Fizemos um bom trabalho de conscientização, e o pessoal está sentindo que estamos ameaçados. Se não tirarmos os estoques guardados nas cantinas, não teremos onde colocar a safra que está por vir. Apesar das dificuldades, o pessoal está unido — afirmou Schiavenin.

A mobilização envolve 20 municípios do Rio Grande do Sul e também de Santa Catarina. A Brigada Militar dará apoio ao protesto, bloqueando as ruas à medida que o grupo se deslocar pelas vias da Capital. Apesar da quantidade de pessoas envolvidas, Schiavenin ressalta que o movimento será ordeiro e pacífico.

Durante o trajeto, serão distribuídos suco de uva à população, transportado pelo caminhão do vinho da Fenavinho, de Bento Gonçalves, e panfletos explicando a razão da manifestação. Às autoridades, serão entregues documentos relatando as dificuldades do setor e as reivindicações para contorná-las.

Os produtores pedem a formação de estoque regulador para diminuir a quantidade atual em 25%, redução de tributos, cancelamento de registro de produtos que imitam o vinho, renegociação de acordos de comércio com o Mercosul e revogação de acordo com o Chile, apoio às políticas de reestruturação do setor e ação mais enérgica na fiscalização.

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