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 | 23/06/2008 20h57min

CNA vai contratar empresa para investigar quebra de sigilo no sistema de informática da entidade

Após denúncia de que teria usado recursos da confederação para financiar campanha, senadora alega que seu computador foi violado

Sônia Campos, Brasília (DF)  |  reportagem@canalrural.com.br

Os presidentes das 27 federações que fazem parte da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) passaram esta segunda-feira, dia 23, reunidos na sede da entidade, em Brasília (DF) para discutir denúncia da revista Veja publicada na edição desta semana, de que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) teria usado recursos da instituição para financiar sua campanha eleitoral ao Senado.
 
Depois de mais de quatro horas de reunião, a CNA publicou uma nota à imprensa. A reivindicação da senadora foi acatada por unanimidade pela diretoria do conselho da entidade, que autorizou a contratação de uma empresa especializada para investigar a possibilidade de que mensagens eletrônicas tenham sido interceptadas por terceiros.

A investigação particular vai ser feita ao mesmo tempo em que a perícia da Polícia Civil investiga os computadores da confederação. Na ultima sexta-feira, dia 20, Kátia Abreu protocolou uma representação na Policia Civil alegando que o computador dela teria sido violado. Desde a semana passada, os computadores da CNA estão desligados. O site da entidade está fora do ar. De acordo com o diretor da Divisão Especial de Representação ao Crime Organizado, Cícero Monteiro, com a conclusão da perícia, o laudo deve sair dentro de até 30 dias.
 
No comunicado distribuído à imprensa a CNA disse ainda que não faz contribuição financeira para campanhas eleitorais e afirma que os recursos sempre foram administrados de acordo com a lei, uma resposta à revista Veja, que denunciou que a entidade teria repassado R$ 650 mil para a campanha de Kátia Abreu ao Senado. A nota fiscal publicada foi emitida em nome da agência Talento. A parlamentar disputa a presidência da CNA com o atual presidente da instituição, Fábio Meirelles.

Esse valor não consta na prestação de contas da senadora. No site Congresso em Foco foram declarados R$ 2,413 milhões do comitê financeiro único do PFL (nome anterior da legenda da senadora, que se tornou DEM) de Tocantins e R$ 50 mil do Banco Itaú.

Até esta segunda à noite nem a CNA nem a senadora se manifestaram. De acordo com informações de alguns representantes da confederação, a possibilidade é de que Kátia Abreu não retire sua candidatura à presidência da entidade. Essa denúncia surgiu quatro meses das eleições para nova diretoria da organização.

A CNA controla um orçamento de cerca de R$ 180 milhões. A contribuição é feita pelo empresário ou empregador rural que tenha a partir de dois módulos fiscais determinado pelo Incra, e varia de acordo com o município. O valor é calculado com base na declaração do Imposto de Renda. Se um produtor contribui, por exemplo, com R$ 100, 60% desse valor é repassado ao sindicato rural, 20% vão para o Ministério do Trabalho, 15% são destinados às federações estaduais de agricultura e 5% ficam com a CNA.

CANAL RURAL
Roosewelt Pinheiro, Agência Senado / 

Katia Abreu disputará presidência da CNA em outubro com o atual dirigente, Fábio Meirelles
Foto:  Roosewelt Pinheiro, Agência Senado


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