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 | 23/06/2008 11h52min

Economista acredita que preços dos alimentos manterão alta mesmo com safra maior

Para Nelson Carneiro, da Austin Ratings, os problemas são a especulação e a economia dos Estados Unidos

Os preços dos alimentos devem manter a tendência de alta por pelo menos mais dois anos, de acordo com o economista-chefe da Austin Ratings, Nelson Carneiro. Segundo ele, no caso do Brasil, o governo não conseguirá reverter o atual cenário de alta dos preços dos alimentos no país mesmo com as previsões de safra maior.

A situação deve começar a mudar quando for reduzido o movimento especulativo sobre as principais commodities e quando a economia dos Estados Unidos se fortalecer.

- Uma coisa está ligada à outra. A economia americana está praticamente parada. Os fundos de investimento saem das aplicações lá e procuram outros lugares para ganhar dinheiro e encontraram as commodities.

De acordo com o boetim Focus, divulgado pelo Banco Central, nesta segunda-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) fechará o ano em 6,08%. As previsões da Austin Ratings são mais altas e, segundo Carneiro, ultrapassam a casa dos 7%, estourando o teto da meta estipulada pelo governo.

O economista-chefe explicou que, além dos alimentos, a preocupação é com os chamados preços administrados, como tarifas de água e energia elétrica.

- Os aumentos de juros que vieram e os que devem vir não vão conter a inflação – disse Nelson Carneiro.

Ainda segundo o economista-chefe da Austin Ratings, o equilíbrio das contas do país, com o superávit no balanço de pagamentos externos, está vinculado ao mercado financeiro. O problema, na avaliação dele, é que o mercado movimenta recursos como quer. O que ajuda o Brasil neste momento, para Nelson Carneiro, é o alto volume de reservas em capital estrangeiro, calculado em cerca de US$ 200 bilhões.

- Se houver uma reviravolta no mercado financeiro, se outros ativos no exterior ficarem mais atrativos, o Brasil tem condições de bancar essa saída com reservas.

Biocombustíveis

Nelson Carneiro classificou os protestos de multinacionais européias contra os biocombustíveis como o primeiro de uma série de problemas a serem enfrentados pelo Brasil. Na opinião do economista-chefe da Austin Ratings, os produtores do país devem adotar medidas para ter argumentos e responder aos críticos.

- Trabalhem para garantir certificados de qualidade e origem para os produtos para evitar protestos, para que não haja desculpa para blocos de países desenvolvidos criticarem ou até impedirem o uso de biocombustíveis.

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