| 20/06/2008 18h06min
O superintendente da Polícia Federal(PF) em Minas Gerais, David Salem, disse nesta sexta-feira, em Brasília, que a Operação João de Barro — que cumpre 231 mandados de busca e apreensão e 38 mandados de prisão temporária em sete Estados — pode resultar na instauração de, pelo menos, 200 inquéritos criminais.
— Vamos instaurar inquéritos para cada projeto, de forma que não se prejudique a investigação e se garanta a persecução penal. Houve desvio da ordem potencial de R$ 700 milhões, mas, com o correr das investigações, vamos dividir e chegar ao valor de cada projeto — afirmou Salem.
O esquema investigado pela PF envolve desvio de recursos em obras de 114 municípios de Minas Gerais, três no Rio de Janeiro, um no Tocantins e um no Espírito Santo.
A investigação teve início em 2006 e apurou o superfaturamento de diversas obras, inclusive parte delas integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), realizadas com utilização de material de
baixa qualidade.
— Ocorre a
liberação de emendas para determinado município. Empreiteiras com lobistas se articulam para ganhar a licitação. E o projeto não é implementado de forma padrão. O dinheiro que sobra é dividido entre os integrantes do esquema — descreveu Salem.
Segundo a PF, a realização da operação vai evitar que mais R$ 2 bilhões fossem destinados para obras do interesse dos investigados. Segundo o diretor-executivo da PF, Romero Lucena, também presente à entrevista coletiva, "o mais positivo é estancar um esquema desse porte, tendo em vista o que ainda poderia acontecer".
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