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 | 19/06/2008 07h52min

Nas primeiras horas da manhã, trabalho pesado para deixar tudo pronto na Feicorte

Tratamento VIP inclui até música country para acalmar a boiada

Raphael Salomão, de São Paulo (SP)  |  reportagem@canalrural.com.br

Os estandes da Feicorte, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, abrem apenas por volta das 9h. Mas, para muitos profissionais, o dia começa bem mais cedo. São os funcionários responsáveis pelo tratamento dos animais, segurança dos estandes e do local das exposições e o pessoal da limpeza.

Mesmo no frio da manhã paulistana, nesta última semana de outono, e saindo cedo de casa, trabalham duro já nas primeiras horas da manhã para deixar tudo pronto. Enquanto eles limpam, tratam, alimentam, quem “visita” a Feicorte são alguns dos animais, que passam a noite no Centro de Exposições Imigrantes e resolvem passear pelos corredores.

Geraldo Majela Teixeira, de 28 anos (há 10 na lida com o gado), por exemplo, trabalha na organização de uma das baias. O trabalho é levar os animais para lavar, em uma área externa do local, alimentá-los e varrer a serragem que fica espalhada pelos corredores.

- Em dia de julgamento, a gente acorda mais cedo – explicou o tratador de animais da raça Brahman que, por volta das 4h, já está a todo o vapor.

São funcionários das próprias fazendas às quais pertencem os animais. Como o Fábio William, também de 28 anos (quatro de trabalho com gado), que cuida dos nelores. Na baia onde ele trabalha, é possível até ouvir musica country americana. Entre uma faixa e outra do cantor Alan Jackson, a lida segue. A música não é para distrair peão, diz ele.

- A música acalma o gado, para não ficar estressado fora da fazenda. Se estressa não come, não ganha peso e, na hora do julgamento, não se apresenta direito.

Quem também pula cedo da cama é Marli Barbosa, de 49 anos, que trabalha na limpeza de alguns estandes. Diz que já está acostumada com o ambiente das feiras de agronegócio e que não estranha a presença dos animais expostos na Feicorte.

- De vez em quando, a gente tem alguma surpresa – afirma Marli, ao se deparar com uma recordação de cheiro nada agradável deixada por algum animal em um dos estandes.

O dia de trabalho começa por volta das 6h. Como mora em um bairro próximo ao do local da Feicorte, não leva muito tempo para chegar, apesar de depender de ônibus. Nesse caso, vale ser solidária com colegas que moram mais longe. A Marli acolheu Adriana Cristina da Silva, de 33 anos, que vive em um bairro da Zona Leste de São Paulo. Também dependente de transporte público, se tivesse que sair de casa para chegar às 6h no Centro de Exposições Imigrantes, a jornada começaria por volta das 4h, para embarcar no primeiro metrô do dia.

Para o vigilante Adjalma Fernandes, o dia de trabalho começa bem antes. Responsável pela segurança de um dos estandes da Feicorte, ele passou a madrugada no Centro de Exposições Imigrantes. Sério e tímido, usa poucas palavras para dizer que é a primeira vez que trabalha em uma exposição como a Feicorte e que a companhia da boiada é tranqüila.

- De vez em quando dão umas berradinhas.

Além de trabalho, a Feicorte trouxe a este parananense de 43 anos (há 20 no setor de segurança) um pouquinho de saudade das raízes no campo.

- Dá vontade de voltar correndo pro Paraná.

São pessoas de vários lugares e com diferentes histórias que, muitas vezes, passam desapercebidas, mas são importantes para manter o ambiente favorável aos bons negócios.

CANAL RURAL
Raphael Servo / 

O dia começa para quem trabalha nos bastidores da feira
Foto:  Raphael Servo


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